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Criticado por exibir filme sobre ditadura, professor de História recebe homenagem de alunos

Motivo das críticas partiu de exibição do filme "Batismo de Sangue", durante aula de História
13:40 | Out. 29, 2018
Autor Gabrielle Zaranza
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Gabrielle Zaranza Estagiária de Agenda Cultural do Vida&Arte
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Tipo Notícia
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Professor de História do Colégio Santa Cecília, na Aldeota, foi alvo de críticas na redes sociais após exibir o filme Batismo de Sangue para alunos do 2º anos do ensino médio. Jam Silva Santos foi acusado de “doutrinação comunista” pelo teor crítico da produção audiovisual baseado no livro de Frei Betto, que fala sobre resistência na ditadura militar iniciada em 1964 no Brasil. 
 
Na manhã desta segunda-feira, 29, estudantes do colégio se reuniram para receber o professor com aplausos. Momento foi registrado e circula nas redes sociais. 
 
Assista ao momento:
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O trecho da exibição do filme, registrado por aluno durante aula na última quinta-feira, 25, mostra cena de tortura sofrida por personagens na época da ditadura. Após circular nas redes sociais, a exibição do filme virou alvo de críticas por internautas. 

"O professor, no final, mandou um 'recado' e deu a entender sua real intenção: instigar os alunos de 16 anos ou mais (os que já votam) a não votarem em candidato que apoia tortura. Fazendo uma crítica direta ao Bolsonaro", escreveu mãe de alunos da escola em Facebook.
 
"Através de vários grupos de WhatsApp tomei conhecimento sobre a doutrinação marxista que o colégio Santa Cecília tem feito com seus alunos", escreveu outra internauta, compartilhando o trecho gravado.
 
Veja o vídeo da aula: 
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Lorena Cavalcante, mãe de aluno do 2º ano, conta que tomou conhecimento da gravação pelo WhatsApp e disse que não concorda com as críticas. "A princípio, não entendi o que estava acontecendo e fui perguntar no grupo de mães que participo. Fiquei triste em ver que a opinião do próximo não é respeitada. O que falta nesse mundo é amor", lamenta. 

[SAIBAMAIS]Ao questionar o filho sobre acontecido, ela relata que ele resumiu o caso como "grande injustiça". "Ele exibe esse documentário há cincos anos, é um assunto que faz parte da disciplina de História", explica. "Não há nada a reclamar do colégio e principalmente dos professores", completa. 
 
O filho de Lorena foi um dos alunos que participaram da homenagem organizada na manhã da última segunda-feira. Estudantes do ensino médio se reuniram para receber o professor com aplausos e cartazes de apoio. O Colégio Santa Cecília explica que o momento foi organizado exclusivamente pelos estudantes.
 
A reportagem entrou em contato com o professor, mas ainda não obteve resposta.

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