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Vice da Fiec diz que vai atrás dos seus direitos na Justiça
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Vice da Fiec diz que vai atrás dos seus direitos na Justiça

Alexandre Pereira, 1º vice presidente da Fiec, chama de "golpe" atitude de Beto Studart, presidente da entidade, ao tentar mudar o estatuto da Federação. Isso o impede de assumir a Presidência da Federação na saída de Beto
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Para Alexandre Pereira, 1º vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) a opção contra a mudança de estatuto da entidade é ele ir atrás dos seus direitos na Justiça. Foi o que disse ao O POVO, ontem, durante festa de consolidação de Fortaleza como hub do Grupo Air France-KLM no Nordeste, em São Paulo.
 

“Claro que é golpe”, disse Alexandre, se referindo à atitude de Beto Studart, presidente da Fiec, tentar mudar as regras para reduzir o tempo de mandato no comando da entidade dos atuais cinco para três anos. Desta maneira, Alexandre fica impedido de assumir imediatamente o cargo de presidente no lugar de Beto, o que seria a ordem natural em caso de vacância da Presidência.
 

Caso mude o estatuto, novas eleições são realizadas e em vez de Alexandre, poderia entrar Ricardo Cavalcante, nome indicado por Beto, que hoje é diretor administrativo da Fiec. “Ele (Beto) disse que quer fazer o sucessor dele (Ricardo) o amigo dele. Ponto. Tive reunião com ele. Ele foi claro. Você não pode rasgar o estatuto para fazer isso. Não é a sua empresa, não é a sua casa. O que eu posso fazer é procurar meus direitos na Justiça. Ricardo tem todo direito de pleitear (Presidência), mas em 2019. Não agora”, diz Alexandre.
Se o presidente da Fiec quer deixar o cargo antes dos cinco anos de mandato, Alexandre questiona que Beto poderia sair sem mudar o estatuto. “A Fiec, como entidade de mais de 70 anos, tendo no seu discurso a cobrança pela moral, cobra dos políticos ética, cobra reforma política, não pode permitir isso”.
 

“Tenho alguma experiência para gerir os próximos dois anos na Fiec”, diz Alexandre, listando alguns cargos pelos quais passou, como a atual Secretaria do Turismo de Fortaleza, ex-presidente do Sindicato da Indústria da Panificação, do Centro Industrial do Ceará (CIC), vice da Fiec na gestão do empresário Jorge Parente, secretário do Desenvolvimento Econômico na gestão Cid Gomes, entre outros. “É direito dele se afastar por motivos pessoais, mas ele tem o 1º vice-presidente que está pronto para assumir”, diz.
 

Sobre a reunião da Diretoria Plena da Fiec, ontem, que foi a favor da mudança do estatuto, ele afirma que foi convidado, mas que já tinha compromisso da Prefeitura, em São Paulo. “Não pedi que fosse mudada data. Estou deixando que as pessoas ponham a mão na consciência, que o próprio presidente Beto reflita, veja que isso não é atitude correta para uma entidade como a Fiec”.
 

Alexandre alega que foi pego de surpresa pela decisão de Beto Studart, soube pelo jornal O POVO, e que recebeu o apoio de vários presidentes de sindicatos e empresários de renome da Cidade. Sobre a motivação para sair e mudar o estatuto, diz não acreditar que seja política - ele é presidente do PPS e Beto filiado ao PSDB. “Não entendo qual foi a motivação para isso. Fiquei surpreso”. (Beatriz Cavalcante e Isabel Filgueiras, de São Paulo)
 

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A viagem de Alexandre teve como agenda encontro na residência oficial do Cônsul da França, onde foi oficializada, ontem, a escolha de Fortaleza como hub do Grupo Air France-KLM. Ontem, Alexandre ainda se reuniu com empresas que manifestaram interesse nas PPPs da Prefeitura de Fortaleza.

Ligada à Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Fiec reúne 40 sindicatos patronais. São parte do Sistema o Serviço Social da Indústria (Sesi); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Além dos Institutos de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi/CE) e Fiec de Responsabilidade
Social (Fireso).

Fazem parte das receitas contribuições de Sindicatos filiados; cotas de entidades vinculadas sob sua administração, entre outros.
Balanço de 2016 mostra que a receita corrente apenas do Senai somou R$ 94,04 milhões e do Sesi R$ 91,8 milhões.

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