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O imóvel muda com você
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O imóvel muda com você

Magno Muniz comanda imobiliária de mesmo nome e fala sobre estratégias de relacionamento e mercado
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O imóvel não é definitivo, por mais que o consumidor imagine isso na hora da compra. Essa é a análise do corretor de imóveis Magno Muniz, dono de imobiliária homônima. Com 38 anos de experiência no mercado, ele já atendeu o mesmo cliente mais de uma vez, justamente devido à mudança da configuração familiar. As fases da vida das pessoas estão relacionadas à moradia delas - enquanto um solteiro prefere um apartamento menor, há quem procure casas maiores com a chegada dos filhos.

 

Em participação no programa Mercado Imobiliário (rádio O POVO-CBN), com o jornalista Jocélio Leal, Magno Muniz define a média de uso de um mesmo imóvel: sete a 15 anos. Com mais três corretores parceiros, ele trabalha na venda de imóveis usados, além da locação - cuja demanda de profissionais é maior.

 

A reação da economia, segundo ele, pode ser medida pelo aumento agora de ligações e de e-mails , embora as eleições ainda resfriem o mercado. Para quem deseja realizar o sonho do imóvel próprio ainda em 2018, o conselho dele é "procurar e buscar descontos".

 

O POVO - Por que hoje o senhor foca nos imóveis usados?

 

Magno Muniz - Depois que eu saí da fase de trabalhar nas imobiliárias dando plantão, onde eu trabalhei praticamente dez anos, resolvi trabalhar só com imóveis usados. Porque eu posso ser contratado pelo proprietário, e eu só trabalho assim, quando eu tenho um contrato de exclusividade. Eu mesmo me responsabilizo a anunciar aquele imóvel e colocar aquele imóvel em todos os portais imobiliários existentes no mercado. Também em todos, os dois grandes jornais que nós temos aqui na capital, também anuncio. Eu faço uma gama de investimento em cima daquele imóvel, eu sou contratado para vender aquele imóvel, tanto que eu não trabalho mais daquela maneira que o corretor bota o cliente dentro do carro e sai rodando para poder viabilizar o imóvel para o cliente. Eu, ao contrário, anuncio o imóvel do cliente, e tenho a responsabilidade de vender aquele imóvel ou alugar. Eu uso todas as ferramentas que existem de mídia, para poder chegar ao mercado, chegar também àquela coisa muito interessante que o mercado agora está, que são as parcerias.

 

OP- Como é que funciona?

 

Magno - Todos os corretores tomam conhecimento da sua oferta e ali já liga para você e nós fazemos as parcerias. Quer dizer, eles vendem o meu imóvel, e ganham os 50% normal do mercado. Tanto que hoje nós temos uma ferramenta muito boa, que é o WhatsApp, temos 17 grupos.

 

OP - Por que escolheu ter o próprio nome na marca da sua empresa?

 

Magno - Na época, foi uma dúvida, boto o nome, ou não. Resolvi botar, porque eu acho que é uma das coisas mais importantes que existe hoje. Por isso que eu estou esse tempo todo no mercado, sem prejudicar ninguém, fazendo exatamente o que eu acho mais importante, que é o nome: trabalhar sempre com ética, com responsabilidade, para que possa existir uma satisfação geral. Hoje estou até anunciando: Procure o Magno, você é difícil falar com alguém, com algum empresário do mercado. Eu estou anunciando o meu telefone, telefone celular, para que as pessoas procurem o Magno, converse com ele, entendeu? Isso está surtindo um efeito muito bom.

 

OP- O senhor está dizendo que poderia ser um risco, mas está trabalhando como diferencial?

 

Magno- Uma coisa boa que eu tenho, eu sou apaixonado pelo que eu faço. Eu amo, eu adoro atender pessoas, eu adoro realizar aquele sonho. O que acontece: eu me considero o segundo profissional mais importante do mercado. O primeiro profissional mais importante seria o médico, que trata da saúde, depois da saúde, nós, corretores de imóvel, eu no caso, viabiliza o segundo objetivo mais importante depois da saúde, que é a habitação. Ninguém pode viver sem habitação, nem os animais irracionais podem viver sem habitação. Eu faço questão de atender, de domingo a domingo à noite eu recebo ligação. Eu gosto disso, sou apaixonado, fico satisfeito em atender alguém pelo telefone, conversar, viabilizar, fechar o negócio, essa é a minha vida.

 

OP- O senhor tem um time próprio ou trabalha apenas com  parceiros?

 

Magno - Eu tenho um time próprio, pequeno por sinal. Eu trabalho só com três corretores na minha imobiliária. Comigo, quatro. Na área de locação, eu trabalho com 12 pessoas, certo, que é necessário mais funcionário para poder atender. A locação é funcionários, e a área imobiliária são corretores autônomos.

 

OP - Por que imóvel não é uma compra definitiva?

 

Magno - Principalmente o nosso mercado cearense, é um mercado atípico, nós somos muito vaidosos, nós gostamos de duas coisas: de carro e de imóveis. Eu sou baiano, já moro aqui há 48 anos, então já me considero cearense. O nosso mercado, nós não temos assim grandes produções, não temos uma indústria pujante, não temos uma agricultura, nós não temos uma pecuária que venha nos dar assim. Então, as pessoas aqui vivem mais do comércio e dos serviços, de salários. Na Bahia, onde eu nasci, lá o pessoal tem mania de ter um gado do interior, uma fazendinha, um sítio, não cuida muito da vaidade. Nós somos vaidosos, nós gostamos de imóveis, de prédios bonitos, nós gostamos de apartamentos bem decorados, nós gostamos de carro. As pessoas aqui, quando vão comprar, pensam que o imóvel é definitivo, mas não é.

 

OP- Trabalhando sobretudo com imóvel usado, o que o senhor tem percebido nesse mercado bastante conectado com imóvel novos?

 

Magno - Muito sofrido, até julho, travado mesmo. A própria Caixa encerrou os financiamentos, vem financiando só os 60%, melhorou agora o financiamento, os outros bancos, também melhoraram o percentual de financiamento. Como não houve a compra dos novos, era travado, ligado aos novos, até as construtoras deram uma retração nos lançamentos, os usados, vamos dizer assim, também tiveram retração. De julho para cá, segundo semestre, começou o telefone tocar de novo, começamos a recebermos os e-mails dos clientes solicitando para ver o imóvel. Primeira coisa desse ano, nós tivemos a Copa do Mundo que atrapalhou muito, as pessoas se dispersaram. Agora, é a eleição, como nós temos um grande número de eleitores que são funcionários públicos, que são também nossos consumidores, nossos clientes, eles estão esperando que as coisas aconteçam depois das eleições para se decidir, mas eles já estão começando a olhar, o importante é isso.

 

OP- Qual a leitura o senhor faz da tabela de preço hoje e a margem para a negociação?

 

Magno - Dizem o seguinte: você deve comprar quando ninguém está querendo comprar. Então, agora nós tivemos uma redução dos imóveis usados, sempre eu faço as avaliações desses imóveis, quando as pessoas me procuram, por sinal alguns proprietários nem me entendem, ficam até com raiva, alguns deixaram até de falar comigo.

 

OP- Por que?

 

Magno - Porque eu tenho que avaliar pelo preço de mercado, pelo preço que eu consigo vender. O preço que eles têm na cabeça, não é o preço que o mercado paga, eu não sou irresponsável para avaliar o preço que o proprietário quer. Hoje, nós estamos avaliando os imóveis com 60% da cabeça do proprietário, o imóvel que vale R$ 1 milhão, ele hoje nós conseguimos vender por R$ 600 mil. Eles não conseguem entender esse momento, agora.

 

OP- Já foi pior do que isso?

 

Magno - Não, eu não tive durante esse tempo todo, eu nunca vi uma, não chamo crise, mas uma situação dessa que nós estamos passando agora.

 

OP- O senhor estava dizendo que um imóvel naquela região, Papicu/Praia do Futuro, sai mais barato que na Messejana. Qual o motivo?

 

Magno - É uma cultura criada pelo fortalezense, com relação àquela favela Verdes Mares, a favela hoje está saneada, mais tranquila, mas as pessoas criaram ali um estigma e uma faixa de gaza. Você andando ali na av. Santos Dumont, do lado direito, já não existem mais casas para construir, com construção sempre sendo lançadas, mas do lado esquerdo, você vai ver que não tem nenhuma construção, nenhum prédio sendo construído, todos os prédios que estão lá foram abortados, porque o mercado não quer morar do lado de lá. É um local super tranquilo. Nós temos imóveis lá, tanto de venda como de locação, mais barato do que na Messejana, é um local para morar tranquilo, ali tem bons colégios, Sam's (Club), está sendo aberto outro supermercado em frente ao Bom Preço. Tem toda a infraestrutura, mas as pessoas não querem, eu gostaria até que vocês, consumidores, compradores, de imóveis, olhassem o Papicu com bons olhos, é uma região boa de morar, tranquila e os preços são excelentes.

 

OP - Como está o comportamento desse mercado de locação comercial em Fortaleza?

 

Magno- O mercado, como eu falei, eles protelaram um pouquinho a compra, estão atrás de locar, que é uma coisa temporária. Porque um imóvel residencial, para você fazer uma locação correta, você tem que fazer em 30 meses, dois anos e meio, dois anos e meio passa rápido, as pessoas podem protelar a compra e locar. Eu estou tendo muito sucesso com as locações, as pessoas que têm entregue os imóveis para locar, estão até um pouco espantados com a rapidez que nós temos conseguido locar. 

 

Alvarás 

 

Para Magno Muniz, o fortalezense não vai deixar de abrir o negócio dele porque a taxa do alvará aumentou, conforme resposta a um ouvinte. "Eu trabalho com imóveis comerciais, com lojas e salas comerciais, vai ter uma redução de valor, eu acredito, o mercado vai ter uma oferta maior. Não começou ainda, vai ter uma redução, uma oferta maior, e os preços serão reduzidos, mas não assim com grande ênfase para poder atrapalhar e locação comercial".

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