No seu primeiro encontro com a bancada de parlamentares do Ceará, ontem, o governador Camilo Santana (PT) apresentou projetos desenvolvidos em parceria com o Governo Federal e cujo andamento depende da liberação de recursos da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Entre eles estão Cinturão das Águas, transposição das águas do rio São Francisco, obras do anel viário, linha leste do metrô, custeio de saúde e educação, novas unidades do Minha Casa, Minha Vida e espaço para abrigar um centro integrado para as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros.
A intenção do petista é, com ajuda dos congressistas, afinar a interlocução com o Planalto e facilitar o repasse de verba para essas obras, consideradas vitais para o Estado.
A conversa entre Camilo e os deputados foi realizada no Palácio da Abolição durante a manhã. Além dos parlamentares - 13 dos 22, ao todo -, participaram também titulares das secretarias estaduais.
Apenas um deputado de oposição marcou presença: Capitão Wagner, do Pros. Heitor Freire, presidente do PSL no Ceará, não foi à reunião.
Integraram a comitiva ainda Domingos Neto (PSD), coordenador da bancada cearense; os pedetistas André Figueiredo, Leônidas Cristino, Robério Monteiro, Eduardo Bismarck e Mauro Filho; José Airton Cirilo (PT); Júnior Mano (Patriota); AJ Albuquerque (PP); Dênis Bezerra (PSB); Pedro Bezerra (PTB) e Dr. Jaziel (PR).
Assessor especial de Articulação do Governo, Nelson Martins (PT) afirmou que Camilo participa de audiência entre Bolsonaro e todos os governadores amanhã, em Brasília. A pauta da reunião é a reforma da Previdência.
Segundo Martins, a posição do chefe do Executivo estadual sobre o assunto "ficou bem clara: Camilo é a favor que tenha uma reforma da Previdência, mas que essa reforma não prejudique os trabalhadores rurais e agricultores familiares e as pessoas que recebem valores menores de INSS".
Questionado então sobre os pontos de divergência do Ceará quanto à prévia do projeto que prevê idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para mulheres, Martins afirmou que "a proposta de reforma nem sequer é conhecida pelos brasileiros" e que o "que se tem são algumas especulações". De acordo com ele, o "governador vai aguardar a próxima quarta-feira, quando essa proposta vai ser detalhada".
Além da Previdência, a segurança foi outro tema a dominar as conversas. Das demandas apresentadas pelo Estado, uma das principais foi a cessão de área onde possa operar o centro integrado.
"O que o governador pediu foi um complexo que possa reunir todos os órgãos da Segurança Pública do Estado", disse o secretário. "A ideia é ter uma área, que pode ser da Base Aérea, na avenida Borges de Melo, perto da Rodoviária e da Polícia Federal, que reuniria a Secretaria da Segurança Pública, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, um complexo de segurança."