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Pátria contra a crise
Opinião

Pátria contra a crise

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Flávio Dino
Governador do Maranhão (PCdoB)
 (Foto: Flávio Dino)
Foto: Flávio Dino Flávio Dino Governador do Maranhão (PCdoB)

Em meio a tantas tragédias que tomam o noticiário de cada dia, por vezes, passa desapercebido o maior drama que o País vive: a mais grave crise econômica dos últimos 100 anos. Já é o mais prolongado período sem crescimento desde a crise dos anos 1930, que dragou a economia do País e do mundo. O grave problema pode ser medido em números, como a falta de crescimento do PIB e os recordes de desemprego. Mas sua real medida é o drama que vivem milhões de lares do País, com a desagregação social, a desesperança nas instituições e em nossa Nação.

Fazer a economia voltar a crescer é a questão nacional mais relevante do momento. E só há um jeito: aquecendo a demanda. Cortes e mais cortes são obviamente pró-cíclicos, ou seja, recessão mal enfrentada leva a mais recessão. O equilíbrio fiscal é componente essencial de uma boa gestão. Mas a maior irresponsabilidade fiscal que há é alimentar a recessão econômica com corte de investimentos. Pois sem crescimento, cai a arrecadação, erodindo as contas públicas.

A decisão do atual governo federal de interromper a política de aumento real do salário mínimo é duplamente equivocada: congela desigualdades sociais abissais e desestimula a participação dos mais pobres no mercado de consumo.

O colapso das finanças públicas atinge especialmente quem mais precisa. Com a economia estagnada, como recuperar estradas, ampliar hospitais, realizar concursos e pagar servidores?

O Brasil está parando, mas infelizmente alguns não querem ver e preferem debater medidas como a proibição das calças jeans por servidores públicos ou a aplicação do brasão no passaporte. Decididamente, não é essa pauta que nos fará recuperar a economia.

O governo federal precisa agir rapidamente retomando investimentos. O aprofundamento da recessão econômica está destruindo finanças públicas, paralisando serviços essenciais e ampliando a desesperança da população. Hoje esta é a maior ameaça ao Estado Democrático de Direito, pois o povo desesperançado não pode acreditar em instituições.

É hora de uma nova consertação nacional para a construção de uma pauta mínima de ações para que superemos a crise. É preciso retomar os investimentos e valorizar nossos segmentos empresariais em um novo projeto de nação que enfrente a obscena desigualdade social do País. 

 

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