Após a segunda tragédia envolvendo rompimento de barragem, fui visitar a mata, a convite do colibri. logo que chegamos todos os bichos nos cercaram, queriam saber como viviam os humanos, quais seus costumes, suas crenças e seus valores. O colibri descreveu suas observações e cada nova revelação, mais surpresos e espantados os bichos ficavam. O colibri afirmou: ao contrário dos animais, os homens não respeitam a natureza, nem sua raça, nem o meio em que vivem, poluem rios, mares, destroem florestas e vidas. Os lideres (políticos) são escolhidos para defender e promover as necessidades primarias do povo, mas o que fazem é usar o cargo para enganar e concretizar os seus interesses egoístico e não realizam a tarefa a qual foram designados, melhorar a condição de vida da população.

Assustados e inquietos com tudo que ouviam, a coruja indagou: não são esses os seres racionais e inteligentes, que vivem numa democracia? O colibri respondeu que a inteligência está mais voltada para ações de bestialidade do que para a promoção e inclusão social ou a vida em coletividade.

A certeza da impunidade é tão clara que o presidente da Vale, após o desastre em Mariana, afirmou: "um desastre como esse jamais acontecerá" e o fato se repetiu, ou seja, só falácia. Pois, não foi tomada qualquer ação que trouxesse segurança aos moradores que residem em torno das represas.

Envergonhado eu pergunto: até quando iremos ter nossas condutas fiscalizadas por leis que são interpretadas de maneiras distintas, contribuindo para a impunidade e incentivando novos delitos?

É importante um trabalho direto, combativo e continuo para mudar a cultura da irresponsabilidade e da impunidade, através de esforços integrados da sociedade, dos governos e da justiça com prisão e condenação dos bandidos que promovem e permite tais atos. Em vez de apenas vivencia uma comoção nacional transitória e efêmera.