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Editorial. Novo Governo precisa do BNB
Opinião

Editorial. Novo Governo precisa do BNB

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Tipo Notícia
O atingimento da meta de empréstimos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) pela atual diretoria do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) possui significado extra. Vai além do reconhecido mérito da atual gestão em aplicar acima dos R$ 30 bilhões estipulados para este exercício.

 

Conforme antecipou seu presidente Romildo Rolim, o BNB alcançou a marca de R$ 30.245.325.966,64 e já mira os R$ 32 bilhões até o fim desta semana e do ano. Foi uma meta ousada ante os R$ 17 bilhões de 2017. E um adendo: somando com o Crediamigo, o programa de microcrédito criativo do Banco, um segmento no qual o BNB é o principal especialista no País, chegou-se a R$ 40 bilhões.

 

Fosse uma instituição financeira como outra qualquer, seria um resultado a ser lido sob angulação apenas monetária e de medição de desempenho. Contudo, em se tratando do Banco do Nordeste, há variáveis outras no plano do intangível. Implica respeito pela principal instituição da União Federal na região.

 

Em plena transição de comando no Palácio do Planalto, como uma nova configuração de política econômica no Governo a ser iniciado dentro de seis dias, a demonstração de vigor do Banco reforça o quão fundamental ele é no papel de executar uma política de desenvolvimento regional. Nada de favor, mas aquilo que preconiza a Constituição vigente, nascida há 30 anos sob a égide da Cidadania.

 

Por mais sobejas que sejam as provas de importância para a economia de nove estados do Nordeste e partes de Minas Gerais e Espírito Santo, o BNB de modo recorrente padece das ameaças de fusão ou incorporação. A discussão deve se abrenhar no volume, no cumprimento das regras de compliance e também no perfil dos tomadores. Qual o modelo hoje, qual o porte do clientes atendidos pelas operações e como estabelecer a blindagem da atuação da Diretoria frente a natural pressão política na máquina estatal. Tudo isto diz muito da capacidade de irrigação dos recursos na economia.

 

A questão carrega daltonismo político em seu âmago. As cores partidárias historicamente mostraram-se indiferentes no tratamento dedicado por Brasília à pauta regional. Os interesses dos estados do Centro-Sul emergem na semântica. Os incentivos concedidos por estados manietados por limitações econômicas advindas de um crescimento pouco equânime recebem a alcunha de guerra fiscal.

 

O novo Governo terá conseguido sair do lugar comum caso atente para o Nordeste, seu Banco e suas políticas não como um paliativo, mas como uma estratégia importante para a economia nacional.

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