Até o Censo Demográfico 2010, os brancos representavam mais da metade do total da população brasileira. Mas, naquele ano, os que se autodeclaram negros e pardos ultrapassaram os brancos. Este acréscimo faz ver em parte um maior reconhecimento da população quanto à própria cor, concomitantemente às transformações sociais, culturais e políticas de caráter popular acontecidas no País, nos últimos 15 anos.
Mudanças que podem ser verificadas ao se mensurar o aumento da quantidade de empreendedores negros, neste período. Entre 2001 e 2014, a participação dos empreendedores negros cresceu 8%. De acordo com dados do Sebrae, em 2001, os que se autodeclaravam brancos respondiam por 56% dos negócios do país. Em 2014, dos 24,9 milhões de empreendedores do País, 51% dos donos das micro e pequenas empresas brasileiras se autodeclararam negros e 48% brancos. O 1% restante representa a categoria “Outros”, que inclui os amarelos, os indígenas e os que não declararam raça/cor.
Entre empresários negros e brancos, as atividades econômicas são semelhantes. Evidencie-se que a maior concentração de negros e pardos está no comércio e agricultura. Logo depois, aparecem os serviços, a construção civil e a indústria.
Concordando com Luiz Barreto, ex-presidente nacional do Sebrae: “O aumento da participação da população negra no empreendedorismo é mais uma forma de fortalecer as políticas de promoção de igualdade racial e prevenir o racismo institucional”.
Joaquim Cartaxo
cartaxojoaquim@bol.com.brArquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE