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Editorial: "Acquario do Ceará: mais um capítulo"
Opinião

Editorial: "Acquario do Ceará: mais um capítulo"

Governador diz que parceria com empresa chinesa para continuar a obra está bem encaminhada
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A viagem do governador do Estado, Camilo Santana, à China, trouxe novamente à tona o debate sobre o Acquario do Ceará. A obra, concebida em 2008, e com a construção iniciada em 2011, sempre foi cercada de polêmicas. Herdada por Camilo da administração anterior, de Cid Gomes, a construção foi orçada inicialmente em R$ 450 milhões, dos quais cerca de R$ 130 milhões já foram consumidos. Até hoje o empreendimento está inconcluso, tendo sido suspenso o contrato com a empresa americana ICM-Reynolds, responsável pela parte técnica do empreendimento.


Em Pequim, Camilo reuniu-se com o grupo chinês Fosun Internacional Limited, com o qual, segundo o governador, está sendo estudada “parceria” para dar seguimentos às obras. As informações dão conta de que seria formado um grupo de estudo, com representantes da empresa e do governo, para estabelecer os termos desse acordo. O governador mostra-se confiante no sucesso da parceria, dizendo que os empresários chineses já conhecem o Ceará e que ficaram “animados com negócio”.


Em 2016, Camilo Santana garantiu que não gastaria mais “nenhum dinheiro” do governo com o Acquario e passaria a buscar parcerias privadas: “Não dá mais pra gastar dinheiro público nessa obra”. Pelo que se vê, uma parte da promessa está sendo cumprida. A outra, de não mais investir dinheiro público no aquário, ainda está por se ver. E isso vai depender do tipo de acordo que o governo vai propor aos empresários chineses - e de estes aceitarem as condições do governo. Se o acordo prosperar, talvez uma obra gigantesca que começou sem planejamento adequado e sem plano de negócios, possa encontrar um caminho que reduza prejuízos.


Para o bem do Ceará, seria interessante que a parceria desse resultado, e que, de fato o negócio fosse feito sem a necessidade da inversão do dinheiro público, economizando recursos que poderiam ser mais bem aplicado em setores nos quais a necessidade é mais urgente, como saúde, educação e segurança.

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