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Roda-gigante da Praia de Iracema é aprovada pelo Governo Federal
Economia

Roda-gigante da Praia de Iracema é aprovada pelo Governo Federal

| PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA | A previsão é que o equipamento fique pronto quatro anos após a assinatura do contrato; permissão de uso da área foi publicada no Diário Oficial da União  
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O Governo Federal liberou a construção da roda-gigante no espigão da rua João Cordeiro, na Praia de Iracema, em Fortaleza. Publicada ontem no Diário Oficial da União, a cessão da região passará dos 20 anos previstos inicialmente para 38 anos. O acréscimo de tempo é para dar viabilidade econômica à parceira privada responsável pelo projeto, a empresa paulista Amuse-BR, que investirá cerca de R$ 200 milhões. O prazo estipulado para a conclusão da obra é de quatro anos.

No entanto, a assinatura ainda pode ocorrer no período de um ano. Segundo Rodrigo Nogueira, coordenador de Parcerias Público-Privadas e Concessões de Fortaleza (PPPFor), o processo não deve demorar. O próximo passo do governo municipal é assinar o contrato de cessão junto a Superintendência do Patrimônio da União no Ceará (SPU/CE). Uma reunião deve ser agendada na próxima semana. "Após essa etapa, temos que nos deter a finalizar os estudos das modelagens jurídica, operacional e financeira junto à empresa autorizada", detalha.

 Além do tempo, outra mudança é a engorda de 8 mil metros do espigão. Segundo Gil Lopes, arquiteto do projeto, a ampliação é importante para atender à demanda de público esperada. "A gente precisa de conforto e segurança para o visitante", explica, destacando que o píer continuará sendo público. Ele acrescenta que o estudo está na fase de análises para a execução e investidores para incluir as necessidades do mercado, como restaurantes e outros negócios. Ainda será agendado encontro com os interessados na Capital.

Conforme o texto publicado, a Amuse-BR terá que retornar com 20% do faturamento bruto anual dos contratos firmados à União. O percentual é para retribuir pelo uso privativo e exploração econômica do imóvel. Também foi estabelecido o mínimo anual de R$ 729.407,16, a ser pago em parcelas mensais e sucessivas vencíveis no último dia útil de cada mês pelo valor proporcional.

O economista Gregório Matias, mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), pondera que não é possível avaliar a viabilidade do negócio sem conhecer os detalhes, mas acrescenta que o investimento tem que ter uma taxa de retorno adequada. "De repente, acrescentar os 18 anos traz diferença para virar um projeto rentável e mais atrativo, com uma segurança maior pelo período", diz. Os impactos do equipamento, cita, podem chegar a toda cadeia do turismo e demais setores, com geração de empregos.

Eliseu Barros, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE), reitera que o setor está otimista. "Será muito positivo, trará um diferencial para o turista", projeta. Marcos Pompeu, Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio-CE (Cetur), acrescenta que será um atrativo a mais para os turistas de eventos. "Esse perfil tem um gasto médio em torno de R$ 550 por dia. Isso pode estender a estada dele na Cidade", calcula.

Os efeitos urbanísticos também podem ser positivos e qualificar a região, de acordo com o arquiteto e urbanista Artur Novaes. "Traz poucos impactos neste aspecto. Esse é um equipamento democrático e acessível, que acaba despertando sentimentos de cidadania e identificação", destaca.

 

Detalhes do equipamento

A roda-gigante deve ser a primeira do Brasil com 100 metros de altura. O investimento será todo privado. Serão 24 cabines climatizadas com 30 metros quadrados cada uma. O equipamento é inspirado na London Eye, em Londres. A mesma empresa tem projeto de instalar roda-gigante em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, com 150 metros de altura.

 

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