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Com novo presidente, Anfavea quer se aproximar do governo Bolsonaro
Economia

Com novo presidente, Anfavea quer se aproximar do governo Bolsonaro

| MISSÃO DE APROXIMAR | Luiz Carlos Moraes assumiu ontem a Presidência da entidade com um discurso de conciliação com o Governo Federal
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O novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, assumiu ontem a entidade com um discurso de conciliação com o governo Bolsonaro. Hoje ele já terá reunião com membros do governo em Brasília.

O discurso de posse teve o tom da missão de aproximar mais a Associação do Palácio do Planalto. Luiz Carlos declarou que a Anfavea é apoiadora da reforma da Previdência. "O primeiro passo é aprovar a reforma, não queremos mais ter um voo de galinha", disse. "A Anfavea pode e vai contribuir com as reformas necessárias. Se nós fizermos a lição de casa, em três anos poderemos voltar a ter um mercado mais robusto."

Luiz Carlos estará à frente da Anfavea no triênio 2019-2022, ao suceder Antônio Megale. O novo presidente era o diretor responsável por gerir a política de comunicação e relações institucionais da Mercedes-Benz no Brasil.

A eleição de Luiz Carlos em chapa única foi construída após um iminente e inédito confronto de chapas. O provável oponente compôs com ele e se tornou seu primeiro vice-presidente, Fabrício Biondo. Ele é o chefe de comunicação e relações externas do grupo PSA Peugeot Citroën na América Latina. No evento de posse, no Clube Monte Líbano, em São Paulo, Biondo esteve no palco durante a fala de Luiz Carlos e teve direito à fala.

Luiz Carlos assumiu também o Sindicato Nacional da Indústria de Tratores, Caminhões, Automóveis e Veículos Similares (Sinfavea). Biondo estreou como 1º vice-presidente de ambas.

O novo presidente da Anfavea também deu uma estocada nos governos estaduais, por conta de créditos gerados nas exportações não pagos. "É quase impossível convencer as matrizes (a dar aval para mais recursos) quando ainda temos créditos gerados nas exportações retidos, principalmente pelos estados. Temos bilhões a receber."

Sobre a possível nova greve de caminhoneiros, ele foi conciliador. Afirmou saber que os caminhoneiros têm sido apenados, mas que o Governo Federal está atento. "O diesel é relevante, representa 40% dos gastos. Uma greve não é algo bom para o País e deve ser evitada sempre".

A produção já foi de 3,8 milhões de unidades, mas hoje oscila em torno de 2 milhões. Para Luiz Carlos, a retomada do segmento de veículos pesados desde o segundo semestre do ano passado indica a recuperação da economia.

Mas ponderou que só será sustentável com a aprovação da reforma da Previdência. A Anfavea é defensora de uma posterior reforma tributária, com a simplificação dos tributos.

*O jornalista viajou a convite

da Anfavea

 

Perfil

Luiz Carlos Moraes é economista. Era vice-presidente da Anfavea desde 2012. Entrou no setor automotivo em 1978 e iniciou sua carreira na Mercedes-Benz do Brasil na área de contabilidade, passando por diversos setores da empresa. É graduado pela Fundação Santo André e possui pós-graduação na FGV, MBA no IBMEC e pós-graduação no Insead/França.

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