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Com dois anos de operação, Uber prepara novidades para Fortaleza
Economia

Com dois anos de operação, Uber prepara novidades para Fortaleza

| ENTREVISTA | O gerente geral da Uber no Norte e Nordeste, Michele Biggi, também falou sobre a possível regulamentação do serviço na Cidade
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Às 14h03min do dia 29 de abril de 2016 ocorria a primeira viagem da Uber em Fortaleza. Dois anos após iniciar sua operação na Capital cearense, a empresa comemora a adesão de 18 mil motoristas parceiros no Estado. O que mais dirigiu pela Cidade, por meio de chamadas pelo aplicativo, realizou mais de 14.800 viagens, percorrendo o equivalente a duas voltas e meia na Terra.


Em 2017, o número de corridas em Fortaleza cresceu 6,1 vezes ante o ano anterior. Na Região Metropolitana, o aumento foi de 12,9 vezes, mais que o dobro. Em entrevista ao O POVO, o gerente geral da Uber no Norte e Nordeste, Michele Biggi, antecipou que a companhia divulgará novidades para o mercado local nos próximos meses. O executivo também falou sobre a possível regulamentação do serviço na Cidade e criticou a Prefeitura.


O POVO - Será lançada ação promocional para comemorar os dois anos da Uber no Ceará?

Michele Biggi - Só nos últimos três meses, mais de 758 mil usuários solicitaram um Uber na Cidade. Isso sem falar dos motoristas parceiros que hoje contam com a Uber como fonte de geração de renda. Em todo o Estado, são 18 mil motoristas parceiros ativos. Estamos também vivendo um momento muito importante no que diz respeito à regulação, com um projeto de lei sendo discutido neste momento pelas autoridades da Cidade. Projeto que precisa de alguns ajustes para que a população não seja penalizada por eventuais restrições ao serviço. Pretendemos trazer surpresas para Fortaleza nos próximos meses, mas não conseguimos adiantar.

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O POVO - Hoje, a Uber atende Fortaleza, Região Metropolitana, Juazeiro do Norte e Sobral. A empresa pretende estender o serviço para outras cidades do Ceará ainda neste ano?

Biggi - Estamos sempre ouvindo nossos usuários e motoristas parceiros no Ceará e estudando novas regiões, especialmente os maiores centros urbanos que ainda não contam com a Uber. No momento, não temos novidades.

 

O POVO - No Brasil, a Uber atua em mais de 100 cidades. Qual a expectativa de expansão?

Biggi - Continuamos nossa expansão no Brasil - hoje, o segundo maior mercado da empresa no mundo - onde já estamos presentes nos 26 estados e no Distrito Federal. Só nos primeiros meses de 2018, começamos a atuar em cidades importantes do interior de São Paulo, de Minas, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, além de Foz do Iguaçu, no Paraná, e Petrópolis e Teresópolis, no Rio de Janeiro. Temos ainda diversas cidades a serem lançadas nos próximos meses e queremos continuar nossa expansão no Norte e Nordeste.

 

O POVO - Qual é a participação do mercado de Fortaleza?

Biggi - Fortaleza é hoje uma das cidades mais importantes da Uber no Nordeste. Só no último ano, o número de viagens de Uber na região central de Fortaleza cresceu 6,1 vezes. Na Região Metropolitana e em bairros periféricos da Cidade, esse crescimento foi de 12,9 vezes.

 

O POVO - Quanto a empresa estima crescer neste ano no Brasil e em Fortaleza?

Biggi - Podemos dizer que estamos crescendo mais rápido que nunca. Completamos nossa viagem de número 1 bilhão no Brasil, marca alcançada em 20 de fevereiro de 2018. Em agosto de 2017, após três anos no País, a Uber celebrou o marco de 500 milhões de viagens, e levou apenas seis meses para dobrar esse número e chegar a 1 bilhão.

 

O POVO - O hub aéreo da Air France-KLM/Gol será inaugurado nesta quinta-feira e vai contribuir para aumentar o número de visitantes na Capital. Quais oportunidades que se abrem para a Uber?

Biggi - Sabemos do enorme potencial turístico da Capital cearense. E isso se reflete inclusive no número de usuários de outros países que usam Uber na Cidade. Cidadãos de 94 nacionalidades diferentes solicitaram um Uber em Fortaleza no último ano, em sua maioria dos Estados Unidos, Argentina, França, Chile e Portugal. São pessoas que contam com o serviço em seus países de origem e se sentem à vontade em usar o aplicativo quando viajam. Além, claro, de turistas do próprio Brasil acostumados a se locomover por meio do aplicativo.

 

O POVO - Sobre a possível regulamentação do serviço da Uber em Fortaleza, que prevê carros com, no máximo, cinco anos de uso, a empresa já pensa em estratégias para se adaptar?

Biggi - A proposta de cinco anos vai na contramão do que grandes cidades brasileiras estão determinando como limite de idade veicular em regulações aprovadas recentemente. Ao tentar encaixar uma nova tecnologia em regras ultrapassadas, que impedem que milhares de motoristas parceiros usem a Uber para gerar renda, o projeto deixa as viagens mais caras e com maior tempo de espera para os usuários que confiam no serviço para se locomover na região metropolitana. E o pior: essa previsão tem enorme impacto social, pois vai afetar especialmente as regiões periféricas da Cidade, nas quais é mais difícil o acesso a alternativas de mobilidade.

O POVO - Quais os outros impactos?

Biggi - Caso o texto atual seja aprovado, a medida de limitar a idade dos veículos em com anos pode tirar a renda de mais de 10 mil motoristas parceiros da Uber em Fortaleza e afetar milhares de usuários. A estimativa da empresa é que esse limite resultaria em um aumento de até 80% no valor cobrado aos usuários. E o tempo médio de espera por um carro dobraria.

 

O POVO - A Prefeitura busca cobrar da Uber ISS e taxa por uso da malha viária. Qual o posicionamento da empresa em relação a isso?

Biggi - O percentual de 2% previsto no projeto é o dobro do cobrado em outras cidades do País, como o Rio de Janeiro, Brasília e Vitória. Vale lembrar que, com a proibição aos carros com mais de cinco anos, a Prefeitura perderá muito em arrecadação. Nossas projeções indicam que a Prefeitura poderia arrecadar 40% mais se mantivesse a cobrança em 1% e retirasse a restrição à idade veicular.

 

O POVO - Taxistas costumam dizer que a Uber é uma concorrente desleal, pelo fato de não pagar imposto. Como a empresa analisa esse discussão?

Biggi - O Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) publicou um estudo afirmando que serviços inovadores como o da Uber criaram um novo mercado e quem sai ganhando é o consumidor. Além disso, como empresa de tecnologia, a Uber paga todos os impostos devidos no Brasil. Só no ano passado, foram pagos R$971 milhões no País.

O POVO - Sobre a segurança dos passageiros e motoristas durantes as viagens, a empresa tem feito algo para evitar possíveis problemas ligados, principalmente, a assédio e violência?

Biggi - A Uber tem adotado a tecnologia de machine learning para identificar riscos com base na análise, em tempo real. A ferramenta, que usa algoritmos que aprendem de forma automatizada, bloqueia as viagens consideradas potencialmente arriscadas, a menos que o usuário forneça detalhes adicionais de identificação. Além disso, a Uber tem camadas de tecnologia que agregam segurança antes, durante, e depois de cada viagem.

 

NÚMEROS


A Uber está presente em mais de 100 cidades brasileiras, incluindo todas as capitais e grandes centros urbanos.


São 20 milhões de usuários em todo o Brasil.


A empresa conta com mais de 500 mil motoristas parceiros no Brasil.


No Ceará, são cerca de 18 mil motoristas parceiros, em Fortaleza, Região Metropolitana, Juazeiro do Norte e Sobral.


Nos últimos 90 dias, um total de 758 usuários solicitaram um Uber em Fortaleza e Região Metropolitana.


No último ano, o número de viagens de Uber na região central de Fortaleza cresceu 6,1 vezes. Na região Metropolitana, o aumento foi de 12,9 vezes.


O motorista parceiro que mais dirigiu em Fortaleza fez mais de 14.800 viagens, percorrendo o equivalente a duas voltas e meia na Terra.

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