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É hora de inspecionar o prédio

2018-03-10 01:30:00
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Falhas no sistema elétrico, infiltrações, descolamento da cerâmica da fachada, elevadores quebrados… São inúmeros os problemas que podem ser encontrados em condomínios e empreendimentos pela Cidade.

 

Para evitar prejuízos e danos os condomínios devem realizar regularmente a inspeção predial. A rotina garante corrigir irregularidades na estrutura e nos sistemas de um prédio, detectadas por profissionais de engenharia e arquitetura. Se não for identificado nenhum problema ou risco é então pedido um Certificado de Inspeção Predial (CIP), emitido em Fortaleza pela Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), garantindo que está tudo certinho.
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“A manutenção preventiva é importante para evitar desastres maiores, até com perda de vida. O objetivo também é aumentar a vida útil dessas edificações que, com o tempo, vai perdendo a garantia. É muito difícil encontrar algum prédio que não precise de correção”, destaca José Carlos Gama, vice-presidente da Área Imobiliária do Sindicato das Construtoras (Sinduscon-CE).
 

E mais: a inspeção predial é lei. A obrigatoriedade da vistoria e emissão do Cipe foi aprovada em julho de 2012 pelo Município, sendo passível de multa. Por enquanto, a Prefeitura está fazendo um trabalho educativo de conscientização com construtoras e síndicos, mas a punição pode ser aplicada a qualquer momento, caso não haja engajamento nos pedidos de certificado.   

 

PASSO A PASSO DA INSPEÇÃO

1. O síndico deve pedir a inspeção. O administrador do prédio é encarregado por contratar profissionais de engenharia (mecânica, civil e elétrica) e arquitetura para avaliar a estrutura e os sistemas do prédio.

2. Após entrega do laudo, são chamados profissionais para consertar irregularidade. Algumas correções podem ser mais urgentes, outras podem demandar mais tempo.

3. Depois de tudo corrigido, o síndico volta a chamar os profissionais de engenharia e arquitetura para avaliar os reparos e emitir um parecer positivo ou negativo.

4. Se o parecer for positivo, o síndico deve pedir um Certificado de Inspeção Predial (CIP) à Seuma. Alguns engenheiros e arquitetos incluem no pacote de vistoria o pedido do certificado, despreocupando
o síndico.  

 

O Edifício Casablanca Condominium, no Meireles, tem 12 anos e passou pela última inspeção em março do ano passado. Dentre os erros detectados, havia entupimento de ralos e alguns problemas de limpeza e conservação. “Já tivemos parecer positivo das instalações de gás, do sistema contra incêndios e elevadores. Tivemos também de instalar uma nova central de alarme e trocamos o registro do hidrante da calçada”, conta Felipe Siaudzionis, síndico do prédio. Segundo ele, foram gastos cerca de R$ 40 a 45 mil com contrato de profissionais, emissão de laudos e alguns reajustes. São previstos mais R$ 10 mil até o fim de toda a correção no edifício. Os valores foram divididos entre os condôminos e teve parceria da construtora. 


Felipe também destaca que o prédio teve de se adequar aos novos critérios do Corpo de Bombeiros, requisito obrigatório para emissão do CIP, como aumentar a extensão da mangueira de água. “O prédio é novo, mas nem por isso ele deve deixar de ser inspecionado frequentemente”, comenta.  

 

CURSO TÉCNICO
 

Especialização
 

Para capacitar profissionais a fazer essas vistorias, o Sinduscon-CE iniciará este mês um curso de de inspeção e auditoria técnica predial. “O curso garante profissionais para fazer a manutenção periódica e assim proporcionar segurança às pessoas. Além de ser mais uma oportunidade de capacitação para as inspeções que agora são lei”, destaca Renata Amora, coordenadora da Uniconstruir, unidade educacional do Sinduscon-CE.
 

O curso está em sua 10ª edição e Renata diz que todas as turmas passadas foram fechadas lotadas, reflexo da grande procura por essa especialização. “Dependendo da demanda, a gente reduz o período entre uma edição e outra de seis para três meses”, conta.  

 

ATENÇÃO À IDADE DO PRÉDIO

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As vistorias na estrutura do imóvel precisam ser feitas regularmente e os certificados devem ser emitidos em prédios com:
 

Até 20 anos - a cada 5 anos
De 20 a 30 anos - a cada 3 anos
De 31 a 50 anos - a cada 2 anos
Mais de 50 anos - todo ano.   

 

SERVIÇO
 

Curso Inspeção e Auditoria Técnica Predial
Data: 12 a 16 de março
Horário: 18h às 22h
Local: Uniconstruir - Rua Tomás Acioly, 840, 6º andar
Informações: (85) 3456.4061
uniconstruir.com.br  

 

Quais edificações precisam pedir a vistoria?
 

• Residenciais multifamiliares com três ou mais pavimentos

• De uso comercial, industrial, institucional, educacional, recreativo e religioso

• Que representem perigo à coletividade

• De qualquer uso que possua projeção de marquise ou varanda sobre o passeio público

• Que sejam obras incompletas, abandonadas ou ocupadas  

 

PARCERIA PELA SEGURANÇA
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Zona Protegida pretende reunir imagens de câmeras de segurança de condomínios através de uma rede social para combate à violência
Os condomínios vão poder ajudar órgãos de segurança pública compartilhando imagens de câmeras externas e internas por meio de uma rede social própria. Esta é a proposta do Zona Protegida, parceria entre os condomínios filiados ao Sindicato da Habitação (Secovi-CE) e a Secretaria de Segurança Pública (SSPDS) para trabalhar a inteligência do compartilhamento de imagens de ocorrências policiais. O projeto foi apresentado na última quarta-feira, 7, na Agência do Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).


“A ideia é entregar essas informações de forma instantânea. É um projeto importante para baixar esse nível de tensão que a Cidade vive. A segurança pública é uma área que afeta inclusive o preço do imóvel”, afirma Sérgio Porto, presidente do Secovi-CE. Segundo ele, o projeto é pioneiro no Brasil, com propostas semelhantes nos EUA e Inglaterra. 


Porto explica que a ideia é ter um software próprio com o uso limitado de pessoas habilitadas para transmitir imagens, vídeos e outras informações. 

 

“Nada impede que possa ter um grupo de troca de mensagens entre essas pessoas. A polícia que vai definir”, diz.
 

As imagens serão usadas pelos órgãos da Secretaria de Segurança Pública, como a Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal, mas poderão ser usadas também para contribuir com outras secretarias, como a de Turismo.
 

Como ação do projeto, vão haver ainda, por meio da Universidade Secovi, treinamentos para porteiros, supervisores e administradores de prédios sobre o projeto e como trabalhá-lo.
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“Eu achei um projeto muito bacana. Por mais que a segurança pública seja responsabilidade do governo, todos nós podemos fazer parte”, diz Gama Filho, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Indústria Imobiliária do Ceará (CS Imobiliária).
 

Segundo Gama, um dos próximos passos do projeto será mostrar à Secretaria de Planejamento a importância do tema para o Estado. “O projeto vai ser apresentado para as outras 25 câmaras setoriais, dentre representantes do Governo e da Prefeitura envolvidos com o mercado imobiliário, a fim de unir forças e conseguir melhores resultados”, diz sobre o papel da CS Imobiliária no projeto. Até a implementação do Zona Protegida, serão feitas ainda reuniões com o secretário da Segurança Pública, André Costa, e com secretário da Casa Civil, Élcio Batista, além de assembleia com os condomínios para que os síndicos autorizem o uso das imagens externas e internas (esta apenas em caso de invasão) para órgãos públicos.
(Luan Carvalho/ Especial para O POVO)

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