Às suas marcas
CLUBES PRECISAM DE ALTERNATIVA
Em segundo plano por conta das competições promovidas pela CBF, que só olha para seu umbigo promovendo a elitização do esporte mais popular do país, os campeonatos estaduais vão perdendo forças e os dirigentes dos grandes clubes já discutem a sua extinção.
Sei não! A extinção dos estaduais aflige todo um tecido social e, caso se concretize essa ideia, não se sabe onde vamos parar. Consultando o site da CBF, tive acesso ao Ranking Nacional de Clubes. Duzentos e vinte clubes participam das competições promovidas pela Confederação.
E os outros seiscentos que faziam parte do Cadastro Nacional de Clubes da própria CBF, publicado em outubro de 2012 – não consegui localizar o cadastro no site – ficam fazendo o quê? Jogam durante três meses os estaduais e passam o resto do ano a ver navios.
A reclamação dos dirigentes é que o estadual é deficitário, pois as rendas dão prejuízo. Eles se prendem a esse argumento como se fossem elas a sua principal fonte de arrecadação, mas como não deixo me levar por esse argumento, sugiro outros ativos financeiros.
A “marca” do clube, por exemplo, é a mais importante delas. Tem times que ganham mais com a comercialização de sua “marca” do que com cota de televisão ou programa sócio-torcedor. Convido você, leitor, torcedor do Ceará ou do Fortaleza, a sair andando de onde mora até o centro da cidade.
Durante o percurso, vai encontrar um número infinito de produtos com a “marca” dos nossos clubes. Eles escoam pelos quatro cantos da cidade, negociados no balcão do varejo por um batalhão de comerciantes anônimos. Transformar essa atividade pirata em dinheiro para os clubes é um desafio.
Os clubes não vão atrás desse dinheiro. Abrem duas ou três lojas oficiais em diferentes bairros da cidade e tentam à sua maneira enfrentar essa concorrência desleal que não depende de nenhum controle. Basta o comerciante querer, e está aí uma fonte de renda isenta de imposto.
Quem participa das competições promovidas pela CBF está se lixando para quem está de fora. Lá na frente, o clube apoia um presidente de federação que por sua vez ajudará a eleger o próximo presidente da CBF. Como diz o ditado: farinha pouca, meu pirão primeiro. Vida que segue ruim.
Sérgio Redes