O Susto
A partida Paraná x Oeste na noite da última terça-feira nos proporcionou um momento mágico. O segundo gol do Oeste foi uma pintura! Cinco jogadores contra=atacaram em velocidade, trocando passes de primeira, e a bola foi parar nas redes do adversário.
Tão bonito! Mas tão bonito que o futebol agradece.
Esta sequência de passes e deslocamentos deveria ser repetida na mídia até a exaustão, nas escolas, nos intervalos da novela das oito, porque a beleza é um antídoto para o medo e o Oeste partiu para cima com gosto de gás.
A vitória do Oeste por 2 a 1 deu uma embolada na briga pelo G-4. No momento, a distância do Oeste, 5º colocado, para o Internacional, 1º colocado, é de seis pontos. Entre os dois, Paraná, América-MG e Ceará com diferença de um ponto para o outro.
Como América-MG, Ceará e Internacional ainda não jogaram, só poderemos ter uma noção de classificação desta rodada (33) no próximo sábado. Até o Vila Nova, em 6º lugar com 51 pontos, e o Juventude, com 46 pontos, brigam por uma vaga.
O resultado tornou o Oeste visível no retrovisor dos clubes que estão na sua frente.
Alvinegros me perguntaram na Beira-Mar o que acho. Penso que para o Ceará não pesa tanto, porque mesmo que perca as suas duas próximas partidas se mantém entre os quatro primeiros colocados.
O Oeste assustou a todos. E não foi só por causa do resultado. Foi pela maneira como o resultado foi conseguido. Não foi uma dessas bolas levantadas sobre a área em que um bando fica se agarrando até que a bola sobra para um deles, que empurra para dentro da meta.
Não foi uma dessas bolas em que um zagueiro dá um chutão para a frente com o intuito de afastar o perigo e por um desses acasos — o futebol tem tantas variáveis que varia da cabeça quem achar que pode controlá-las — ela chega a um atacante que finaliza e faz um gol.
O susto paira porque o Oeste jogou bonito. E, de repente, quem viu e se assustou percebe de forma sutil que na vida não basta o resultado, mas a beleza que a ela somos capazes de dar. Aprendi como escoteiro a me orientar pelos pontos cardeais. No momento vou pelo Oeste.
Sérgio Redes