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Alegria e ansiedade

2017-10-19 01:30:00

O MOMENTO DO CEARÁ
 

Cruzo com torcedores do Ceará pelas ruas. Falam comigo e percebo uma mistura de alegria e ansiedade estampada nos seus rostos. Alegria porque é concreta a possibilidade do Ceará subir de divisão e ansiedade por conta das partidas que ainda restam para o fim do campeonato.
 

Dos oito jogos que faltam, quatro serão em casa e outros quatro na casa dos adversários. E não me digam que tirando Internacional, Juventude e Goiás o resto é moleza. Nesta altura da competição tem uns seis ou sete lutando para classificar e outros tantos, para não cair.
 

O Ceará engrenou uma marcha e parece andar bem com ela. Seus três últimos jogos redundaram em vitórias contra adversários diretos nos chamados jogos de seis pontos. Estes resultados positivos afastaram de vez um raciocínio alvinegro que dizia “o time ganha, mas não convence”.
 

Aliás, nenhum time da Série B ou da Série A me convence. Tenho uma dificuldade em ser convencido pelo jogo de contra-ataque. Sou do tempo em que o talento individual era o primeiro indicador de escolha para que alguém fizesse parte de uma equipe.
 

Mas, entendo que muita coisa mudou e não basta só o talento, é preciso uma saúde de touro premiado. Lamento que o habilidoso que trata a bola como uma flor veja o seu lugar ocupado por alguém que só tem força, resistência e a velocidade de um papa-léguas. A marcação toma conta do futebol brasileiro. O sucesso alvinegro tem muito a ver com isto. Quando propõe o jogo, marca no campo do adversário. Quando espera no seu campo e retoma a bola, sai rápido para o ataque; e na busca dela todos os jogadores marcam.
 

Escrevi todos porque até o Élton (centroavante de referência), que poderia ser poupado da função, também marca. O esforço tem sido tanto que após os jogos alguns jogadores deitam no campo. No último jogo, o Leandro Carvalho foi substituído e ficou caído exausto onde estava.
 

Um desses torcedores me disse que o Ceará não tem mais ídolo. É verdade! O ponto forte é o jogo coletivo. Nos últimos jogos o Ceará utilizou 22 jogadores.
 

A fase é tão boa que a ansiedade poderá desaparecer do rosto dos alvinegros antes da última partida.

Sérgio Redes

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