FORTALEZA DE OLHO NO MOTO
 

No tempo em que fui diretor de esportes da extinta FADEC fazíamos junto com os municípios os Jogos do Vale do Jaguaribe. Várias modalidades esportivas a serem disputadas e uma competição acirrada entre todos eles, com destaque para Morada Nova, Russas e Limoeiro.
 

O local variava de ano para ano e o fato se passou em Limoeiro. Depois dos jogos à noite, os representantes municipais se reuniam com a comissão técnica da FADEC e se passava o dia a limpo. O representante de Limoeiro reclamava da arbitragem.
 

Lá pelas tantas, um outro representante de Limoeiro se irritou com outras coisas da organização e bateu na mesa: “Nesta terra não tem homem não”? Eu, que até aquele momento tinha ouvido tudo em silêncio, respondi de primeira: “Manda buscar em Juazeiro”. Teve gente que riu.
 

Quem levou a sério essa história de mandar buscar homens em algum lugar foi o Fortaleza. E não foi por acaso. Foi um conceito estabelecido pela lógica de seus dirigentes, no início do ano, quando saiu contratando técnico e jogadores do Paraná e Santa Catarina.
 

Nada contra esses jogadores, até porque o clube está na luta para subir de divisão, e eles têm chance de dar uma resposta positiva para essa multidão de tricolores. Só que os dirigentes, na aplicação desse conceito, destruiram o trabalho dos anos anteriores.
 

E pensar que nos últimos anos o Fortaleza apresentou um futebol bonito e criativo, fazendo a melhor campanha na fase classificatória, ao ponto de ter algumas vezes a defesa menos vazada e o melhor ataque da Série C. Mas não subiu! Aí resolveram mudar tudo.
 

E, até agora ,nenhuma conquista. Perdeu o Campeonato Cearense, foi desclassificado na primeira rodada da Copa do Brasil e no meio da Copa do Nordeste. Os resultados foram tão ruins que a torcida pressionou tanto a ponto da diretoria ser trocada.
 

Sábado tem o jogo decisivo contra o Moto Clube. Um empate garante vaga no mata a mata. É hora dos jogadores e torcida se unirem e atenderem o apelo do presidente Girão, que tem feito de uma maneira muito humana Por isso, estranha no mundo do futebol, um esforço para levar o clube para a Série B.