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O simples se tornou complicado
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O simples se tornou complicado

 

Tânia Alves

 

O uso de infográficos, quadros e mapas já está incorporado às linguagens jornalísticas como forma de melhor transmitir as informações. Este tipo de recurso facilita a vida do leitor, pois traduz - e, muitas vezes, complementa ou sintetiza - de forma clara, rápida e precisa o conteúdo das matérias. Na Redação do O POVO, existe um departamento específico para cuidar da área. Mas o que poderia ajudar o leitor sobre determinados assuntos, às vezes, gera confusão. Foi o que ocorreu durante a semana que passou. Em três ocasiões, leitores se manifestaram apontando dados imprecisos em conteúdo que utilizou a ferramenta.


O primeiro caso se deu na segunda-feira passada (14/8) no quadro “Bolsa Família em 2017 no Ceará”, que ilustrava uma matéria sobre o corte do benefício no Estado. Um leitor ficou sem entender os dados apresentados na tabela com o título: “Histórico do Bolsa Família no Ceará”. “Os números indicam pessoas, famílias ou cifras em dinheiro? A tabela não o diz”. Ele tinha razão. Pelos números apresentados, não era possível responder à questão. Para entender melhor, seria necessário que o leitor tivesse o trabalho de ler todos os outros dados. Só assim ele poderia deduzir que se tratava de família. O que era para ser uma leitura rápida precisaria de tempo para ser digerida.


Na quinta-feira passada (17/8) um mapa publicado na matéria “Fim do Amici’s é novo capitulo da crise do entorno”, que mostrava a localização de algumas casas que fecharam, trouxe dúvida para outro usuário. Ele sugeriu um complemento para que a informação ficasse mais adequada ao texto principal. “A indicação do ano em que cada estabelecimento fechou seria interessante. Na reportagem cita um de 2014”, disse apontando que uma das citadas no mapa teria fechado há muito tempo. Aqui, neste caso, a informação estava incompleta e não satisfez o leitor.


Na mesma data, uma tabela, com o título “Vítimas de crimes sexuais no Ceará, por área, em 2017”, editada na matéria “Em média, 4 pessoas são vítimas de crimes sexuais por dia”, recebeu questionamentos. Nela apareciam quatro colunas distintas: Fortaleza, Região Metropolitana, Interior e Bairro não informado (Fortaleza). O primeiro questionou: “A RMF (Região Metropolitana de Fortaleza) não inclui Fortaleza?” Outro apresentou dúvida diferente: “Por acaso ‘Bairro não informado’ deixa de ser estatisticamente de Fortaleza? O número se sobrepõe ou a soma está incompleta e muda o percentual da capital isoladamente?”. As separações (Fortaleza, RMF e bairro de Fortaleza) se mostraram atípicas. A tabela, em vez de esclarecer, trouxe mais dúvidas.


A repetição das críticas aos elementos gráficos das matérias durante a semana mostra a necessidade de aperfeiçoamento deles. Embora tenha um departamento específico, editores e repórteres também são responsáveis pelo resultado. Infográfico deve fazer sentido por si só. Traduzir dados de forma esquematizada é essencial para o jornalismo hoje em dia. Porém a informação precisa ser eficiente. Caso contrário, pode atrapalhar em vez de ajudar na compreensão. Foi o que ocorreu.


PARA INGLÊS LER

A edição de um caderno todo em inglês, encartado no O POVO no último dia 10, levou um leitor a ligar para reclamar. “Eu vou deixar de comprar o jornal O POVO. Eu compro o jornal para ler. Na semana passada, eu comprei O POVO e não pude ler. O jornal colocou um caderno inteiro em inglês. Parece coisa de vaidade de menino. Gastei R$ 3 para comprar um jornal que não consegui ler. Que ele circule nos Estados Unidos. Eu quero ler o jornal e não consigo”.

 

De fato. A edição daquele dia do O POVO veio com um corpo estranho: um caderno em inglês. Nenhuma matéria explicava aquela ‘novidade’. Nada de texto (em português) para indicar a quem se destinava e qual o objetivo dele. Só uma frase solta no fim da nota “Novos critérios comerciais”, na coluna O POVO Economia, dava uma pista. Ainda era pouco. Somente na edição do dia seguinte (11/8), o leitor do O POVO que não lê em inglês ficou sabendo, em uma matéria coordenada em Economia, que se tratava de uma publicação destinada ao público presente em um evento internacional chamado de “Ceará Global”. O encontro debateu a internacionalização do Estado. Além disso, o caderno seria encaminhado para consulados, embaixadas, câmaras técnicas bilaterais e potenciais investidores estrangeiros. Estava, portanto, atendendo a interesse de um segmento. Fazia sentido ser em inglês, pois língua universal. Porém, quando o caderno foi publicado, o leitor citado acima e muitos outros ficamos sem entender.


OMITE X EMITE

Um leitor puxou a orelha da ombudsman por causa de uma troca de palavras na coluna publicada no dia 6 de agosto. “Na oitava linha da matéria “Pergunta Confusa”, publicada no domingo 6 de agosto de 2017, está escrito ‘...quem omite opinião deve responder sim ou não...’. Acredito que o correto seria ‘quem emite opinião’. Aguardo resposta”.

É verdade. Coloquei naquele texto, omite (deixar de fazer dizer, silenciar, não mencionar), no lugar de emite (exprimir, enunciar, verbalmente ou por escrito). Ficou sem sentido. Peço desculpas.


PARA ACIONAR A OMBUDSMAN

Os leitores das diversas plataformas do O POVO podem entrar em contato com a ouvidoria pelo WhatsApp (85) 988 93 9807; por email (ombudsman@opovo.com.br) e telefone fixo (3255 6181). O leitor pode ainda visitar a ombudsman se necessário. Basta ligar e agendar.

 

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