O grande erro cometido por São Paulo quando procura se comunicar no Nordeste é acreditar que existe Nordeste. O engano é a regra. Está no material publicitário e também no jornalístico. Em suma, acredita-se na ideia de que a região forma uma rapadura única, do Maranhão até a Bahia.

No jornalismo, a crença na ideia de nordestino aparece no texto e na angulação. Repare como o telejornal se refere à visita presidencial a um dos estados. “O presidente disse hoje no Nordeste...”. Ou ainda, no Esporte: “A torcida do Corinthians no Nordeste festejou o título...”.

É comum o envio de material de divulgação de assessorias de imprensa sudestinas (viu? ninguém usa isso porque não existe também) informando da abertura de uma operação “aí perto, no Recife”. Oi? E tome didatismo e bom humor cartográfico para avisar que a capital de Pernambuco fica um tanto longe e que um novo negócio lá é menos importante em Fortaleza. Não sem, com doçura, aproveitar e perguntar sobre a previsão de uma filial no Ceará.

A propósito de dulçor, a rapadura lá do começo do texto não é mesmo mole, é doce, mas tem nove sabores diferentes. Um para cada estado. Nisto, vai por terra também o conceito de veículos regionais. São apenas estaduais. Conversam no mesmo sotaque, na mesma vibe, com a sua aldeia. E o fazem melhor do que qualquer um de fora.

Não, não é xenofobia. É estratégia. Parceiros locais são a senha para o melhor approach em qualquer ramo. Grandes negócios ganham terreno mais fértil para prosperar quando adubados por este, digamos, sal da terra. É o tempero das boas relações com o público local.

 

AGENDA

Semana tem Selic, balança e convenções

O Congresso ainda em recesso deixa a política com a agenda das convenções partidárias. Vão até o dia 5 de agosto. Na economia, a semana tem reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na terça e quarta-feira, que deve manter a taxa básica em 6,5% ao ano, segundo avaliação da GO Associados. Os números mais aguardados são da taxa de desemprego (Pnad Contínua), IGP-M de julho e produção industrial.

AMBEV

Cervas e refris em alta

Os resultados do segundo trimestre da Ambev mostraram recuperação dos volumes tanto de cerveja quanto de refrigerante no Brasil. Cresceram 1,7% em cervas e 1% em refris. Com isso, o EBITDA apenas das operações de cerveja atingiu R$ 2,061 bilhões, 11,1% acima de igual período do ano anterior. A receita líquida cresceu 9,2%. Já no segmento de refrigerantes (NAB), o EBITDA foi de R$ 334 milhões, 44,2% acima na comparação anual, e com uma receita líquida 10,2% maior. A companhia diz que o esforço do comercial compensou o impacto da greve dos caminhoneiros. A Copa serviu para ativações da marca Brahma, com as arenas montadas em sete capitais – em Fortaleza para a Budweiser no Órbita.

 

Jogo rápido

A coluna não será publicada no próximo domingo, porque o colunista sai em meteóricas férias de uma semana.

 

PESQUISA

Na bomba, o Ceará é o mais caro

O Índice de Preços Ticket Log (IPTL) mostra: o Ceará tem a gasolina mais cara do Nordeste, R$ 4,76, ante R$ 4,39, preço praticado nos postos de combustíveis do Maranhão, o menor valor na região. O diesel ficou mais caro no Maranhão: R$ 3,58. Menos somente do que o diesel S-10 de Alagoas, onde o valor foi de R$ 3,63 em junho. O levantamento traz dados de 18 mil postos em todo o País. Diz também que Pernambuco registrou os preços mais baratos para diesel e diesel S-10. Respectivos R$ 3,44 e R$ 2,47. GNV também: R$ 2,59, abaixo da média nacional, em R$ 2,79.

 

SAÚDE S/A

 

Medicina a preços populares

A Clínica SIM Messejana, inaugurada neste ano, passa funcionar aos domingos. A rede tem hoje 13 unidades ativas. Destas, 12 em Fortaleza e Região Metropolitana (Caucaia e Maracanaú). Três ficam em shoppings. A rede cearense tem uma unidade em Recife e em breve vai inaugurar mais duas unidades na capital pernambucana.

 

FINANCIAMENTO

Pensar dentro da Caixa

O lançamento dos editais para seleção de projetos municipais e estaduais para realização de concessões nos setores de iluminação pública e esgotamento sanitário, na sexta-feira, pela Caixa Econômica Federal, marca uma segunda etapa do Programa Federal de Apoio às PPPs e Concessões. Em 2014, o PAC desembolsou R$ 64 bilhões. A previsão orçamentária para 2019 está em torno de R$ 17 bilhões. A notícia foi festejada pelo setor da construção civil. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, diz que as ações começam a materializar uma demanda de mais de dois anos da CBIC. Na vida real, a necessidade da população continua crescente e o setor público perdeu a capacidade de investimento. A única forma seria mesmo com parceria do setor público com o setor privado.

 

HORIZONTAIS

ENTREGA – A J. Simões Engenharia entrega nesta terça-feira, dia 31, às 19 horas, o edifício Absoluto Parque do Cocó.

MERCADO IMOBILIÁRIO - No programa desta segunda-feira, 15 horas, na rádio O POVO-CBN (95,5 FM e AM 1010), o diretor comercial da Guimarães Imóveis, Israel Guimarães.