Lutar contra agrotóxico é Pop
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Lutar contra agrotóxico é Pop

2018-06-30 23:00:00
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O agronegócio brasileiro se comunica muito mal. Foi preciso que uma emissora de TV lançasse uma campanha mostrando o quão relevante (e Pop) é o setor para o País. Isto como uma espécie de, digamos, defensivo agrícola, logo após uma novela tratar, às margens do Velho Chico, do assunto agrotóxico de maneira caricata, tal qual fazem aqueles que acreditam ser possível alimentar o mundo com a produção orgânica.

 

É esta imensa falta de habilidade dos empresários do setor para lidar com o público, bem como a fragilidade moral do Congresso, que explicam por que há alguma comoção por conta da aprovação do relatório do deputado Luiz Nishimori (PR-PR) na Comissão Especial da Câmara que analisa o Projeto de Lei dos Agrotóxicos. O relatório aprovado na segunda passada, por 18 votos a 9, facilita o registro destes produtos no País. O florescer da resistência às propostas está nas redes sociais, este campo fértil para o maniqueísmo. À frente, uma safra de artistas e jovens bem intencionados. 

 

A legislação atual no Brasil é de 1989. No dizer dos defensores da mudança, o processo para a aprovação de novos agrotóxicos é muito lento e o efeito é danoso para a economia e para a população. A análise de equivalência dos componentes dos produtos hoje passa pelos órgãos responsáveis pelos setores da agricultura, saúde e meio ambiente. Estes já seguem os padrões de equivalência estabelecidos pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Com a mudança, a avaliação ficaria sob responsabilidade exclusiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Falam em uma demora atual de até oito anos para a aprovação. Assim, os produtores ficam sem acesso a moléculas mais modernas e sem ter como substituir moléculas antigas, mais danosas. A rigor, ao concentrar no Mapa, decerto o registro será mais rápido, mas não deixaria de ser analisado.

 

A proposta aprovada na comissão da Câmara também propõe mudar o nome de agrotóxico para pesticida. O setor do agronegócio é engasgado com a nomenclatura vigente. Sabe que há uma dose extra de preconceito no nome. Até costumam chamar de defensivos, um eufemismo não oficial. “Nunca vi alguém ir à farmácia dizer que vai comprar um humanotóxico”, ironiza um empresário do setor. Em verdade, é a quantidade ingerida que define o dano. O País precisa ter a segurança de que o Mapa vai fiscalizar isto direito.

 

Certamente, o desejo de quem milita contra a mudança é uma lei que proíba os agrotóxicos. Seria mesmo ótimo não ter de usá-los, contudo, ninguém provou até agora ser possível plantar e colher com níveis de produtividade razoáveis sem recorrer aos químicos. Aliás, poder-se-ia até produzir, mas com quebra de safra. No caso do melão, por exemplo, de até 30%-40%. Assim, um mundo sem os agrotóxicos teria de utilizar mais área cultivável. Ou seja, com mais desmatamento. O impacto ambiental seria maior. Naturalmente.  

 

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

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Sem dinheiro fácil, trabalho

 

Há poucos feitos no fraco Governo Temer. Neste cardápio ralo, afora a ilha de excelência na equipe econômica, capaz de frear a tragédia em curso na Era Dilma, incluem-se pontos da reforma trabalhista. A reforma acabou com o chamado imposto sindical. A excrescência gerou ao redor de 16 mil sindicatos no País. Em alguma medida, negócios e sustentados pelo dinheiro dos trabalhadores. O trabalhador brasileiro era obrigado a repassar 3,33% do salário do mês - o equivalente a um dia de trabalho - a uma entidade na qual ele não necessariamente confiava. Na sexta-feira, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) nº 5.794 foi derrotada no STF, frustrando os interesses das entidades sindicais, acostumadas a bancar a vida com este dinheiro fácil. Sem ele, têm de trabalhar para consegui-lo, atraindo adesões. Uma dureza.  

 

 

SENADO

 

O impasse do distrato


O impasse entre construtoras e clientes sobre o Projeto de Lei que regulamenta o valor que o comprador pode reaver da construtora, caso seja pedido o distrato, está perto do fim. O texto aguarda a apreciação no Senado e pode ser votado nesta semana na Comissão de Assuntos Econômicos. A Câmara já aprovou multa de até 50% sobre o já pago. 

 

CFO 

 

Esforço olímpico

 

O Governo do Ceará inaugura hoje, às 8h, o Centro de Formação Olímpica (CFO). O equipamento é uma das heranças do Governo Cid Gomes (PDT) que Camilo Santana (PT) teve de nadar, correr, saltar, atirar... para viabilizar a operação. Parte do CFO foi entregue por Cid em 31 de dezembro de 2014, último dia do mandato. O custeio anual não é menor do que R$ 10 milhões.  

 

JOGO RÁPIDO

 

VIDA&RTE O sucesso do festival, no fim de semana passado, mostra o quanto as iniciativas com bom conteúdo fazem bem para a Cidade. Em tempo: o Anuário do Ceará, lançado na abertura, está 

à venda em bancas e livrarias.  

 

PESQUISA

 

Milão quer Fortaleza


Pesquisa realizada pelo buscador de viagens Skyscanner mostra que, de janeiro a maio, Milão foi a cidade estrangeira líder nas buscas por Fortaleza, com 9%. Em seguida Lisboa, com 6%, e Amsterdã, com 2%. De acordo com o site, 25% das buscas foram feitas por viajantes de São Paulo. A liderança paulista é histórica. Depois, fluminenses (16%) e brasilienses (6%). A pesquisa não diz o que mais atrai os milaneses. 

 

HORIZONTAIS 

 

AMERICANAS. A Lojas Americanas abriu ontem a primeira unidade em Pacajus no modelo express. Com a filial, a rede passa a contar com 45 lojas no Estado.

 

MOTOS. O X Salão Nacional e Internacional das Motopeças, em São Paulo, evento voltado para negócios, acontece de 15 a 18 de agosto. No salão anterior, do Nordeste, o Ceará foi o quinto estado em número de visitantes.
 

SUSTENTÁVEL. Na quarta, o Grupo JCPM lança em Fortaleza o Manifesto de Sustentabilidade. O lançamento terá debates com o tema “Juntos Pelo Planeta: Reflexões sobre o Agora com foco no Futuro”, por Chico José (Rede Globo) e a atriz Lala Deheinzelin, especialista em economia criativa. Será no Teatro RioMar, às 19h. Por R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Renda para a Creche Jeanne, no Vicente Pinzón. 

Jocélio leal

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