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Menos sal, por favor!
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Gastronomia vida & arte

Menos sal, por favor!

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No Encontro Mundial dos Chefs em Guararema (SP) havia uma legião de estudantes de gastronomia para auxiliar os chefs. No meio desta animada e motivada trupe, encontrei um rapaz que, desde o primeiro contato, chamou a minha atenção pela postura e jeito disciplinado inconfundivelmente oriental. Tratava-se de Antony Soegima Fujimoto, 18 anos, estudante de gastronomia do Centro Universitário SENAC - SP, Santo Amaro. Ele me contou que a sua família sempre foi de cozinhar para os parentes em festas de família e em qualquer tipo de reunião que eram organizadas em sua casa. Desde então, ele enxergou a gastronomia como um meio de transmissão de amor e carinho entre as pessoas. Foi assim que começou a pensar em se tornar um cozinheiro ou ter alguma profissão na qual envolvesse a culinária. Ele narrou que, quando começou na gastronomia, prezava por uma culinária mais reconfortante do que luxuosa e preferia alimentos com menos sal e mais temperos, assim dando gostos, sensações e emoções diferentes para as preparações. O modo uruguaio de lidar com o sal teve influência em seus fundamentos, pois este país prioriza a saúde de todos usando o mínimo possível de sal, já que seu excesso é um grande causador de males à saúde.
 

A ideia de mais temperos e menos sal veio também de um projeto no qual o chef amazonense Dedé Parente, dono das Cachaçarias do Dedé, ajuda e apoia o restaurante comunitário Sumimi, que se localiza em Cuieiras no Rio Negro, a três horas de barco de Manaus. 

 

Lá, as cozinheiras usam muitos temperos frescos, retirados na medida certa diretamente da natureza, praticando, assim, sustentabilidade na cozinha.
 

Voltando ao Uruguai, os preparos são feitos com pouquíssimo sal em qualquer prato e, nas mesas dos restaurantes e locais afins, não se acham mais saleiros ou qualquer tipo de recipiente com sal na mesa. Caso o cliente venha a pedir sal ao garçom, depois de muito tempo ele entrega uma quantidade mínima, prezando pela saúde de todos, sejam residentes ou turistas. Tendo isso em mente, Antony começou a refletir sobre essa ideia e como ela poderia ser inserida no Brasil, já que alguns brasileiros abusam do sal nos alimentos. 


Antony já preparou um strogonoff sem sal e, no lugar, adicionou açúcar e pimenta, fazendo assim um agridoce. Em muitos preparos de carnes ou de molhos eu sempre retiro boa parte do sal, adiciono o mínimo possível e utilizo açúcar e pimenta para realçar todos os gostos do preparo.
 

Antony relata que, no Encontro Mundial de Chefs, ensinou sobre o cenário atual da gastronomia no assunto sustentabilidade. 

 

“Conversando e interagindo com os chefs de vários estados do Brasil e do mundo, percebi o quão humildes e carinhosos eles são com todos. Como o evento teve foco no compartilhamento de conhecimento, muitos deles dando dicas e abrindo a minha mente para ideias novas, apoiando e firmando o meu propósito de continuar cultivando a paixão pela ideia de baixar o sal na cozinha. Uma das maiores metas da minha vida é conseguir ser um cozinheiro exemplar, adquirir diversos conhecimentos e até um dia poder compartilhar estes conhecimentos como um chef bastante experiente”, diz ele. Antony subiu ao palco da festa de encerramento do evento para receber uma medalha de Embaixador Mirim, pelo organizador do evento, chef Luiz Farias da BÜNGE Alimentos, honraria muito merecida.
 

O recado está dado para alunos de gastronomia que andam em corredores de faculdades e pelo mundo, com cartão de visita de “chef”. Vamos baixar o sal, então, Antony! Não conhecia esta tendência tão forte e louvável do nosso vizinho Uruguai, aprendi mais algo com você, praticaremos “tentando”não sacrificar o sabor. Um abraço para todos os estudantes de gastronomia, deste evento especialmente. Finalizo com um grande abraço para Creuza e Carlos, que podem se orgulhar deste rapaz. Viva a vida!

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