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O verdadeiro Perignon

2017-12-22 01:30:00
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Foi o médico e naturalista Christopher Merret o verdadeiro inventor do frisante, do vin mousseux. No caso de Christopher não há dúvidas. O mesmo não diríamos da novela com Santos Dumont e os irmãos Wright.


Faltava carvalho no reino de Charles II e o vinho francês só poderia ser importado em barris. Sem garrafas, além do estrago, de espumante, que é bom, nada. Foi aí que Christopher Merret entrou em cena, dando seu grito de “Eureca”.


Merret era glass making e figura, nos anais da enologia, como pai da ideia, mediante um tratado sobre o vinho frisante, apresentado à Royal Society, descrevendo o processo da segunda fermentação, bem antes do beneditino Don Perignon. Como? “Adicionando melado e açúcar”. E suas resistentes garrafas serviram de “balão de ensaio”.


Existe uma campanha para batizar o sparkle inglês de Merret.


ELE CHEGOU!


Uma das safras esperadas é a do Beaujolais Nouveau. Precisamente, na terceira quinta-feira de novembro eles estão nas prateleiras.


Da uva Gamay, insere-se na categoria dos tintos de consumo breve.

No caso à baila, o líquido é secundário, bebe-se o rótulo, por serem chamativos, artísticos, inspirando assim desejabilidade.


LEBKUCHENHAUS


A tradição da lebkuchenhaus, que nos remete ao conto de Andersen, com as crianças Hansel e Gretel (no Brasil João e Maria) é alemã, entretanto os tutoriais, que ensinam o passo a passo, podem ser vistos na net.


As feitas pela Eliene Mendonça (ex-Alt Heidelberg) - com luzezinhas de foquites, neve de açúcar glacê, para o telhado, bengalinhas, bombons e confeitos - nos remetem à infância.


A da foto é da patisseria de William Poll, em NY, queridinha dos upper east sidders.


JUGENDSTIL


Na foto, uma das master pieces de Peter Behens, considerado, por muitos, como o Pai do Design Industrial - bem como o criador da identidade corporativa. Alemão, Behens também deu sua contribuição intelectual ao marketing, à tipografia e à arquitetura, esta, sua graduação acadêmica. A Dama Voadora, homônimo da insígnia da Rolls Royce (Spirit of Ecstasy), é um dos símbolos do movimento que depreende-se, na Alemanha, por Estilo da Juventude.


MAKE A WISH


Aniversariam: Alessandra Aragão, Karine Studart a cerimonialista Raquel Mendonça.


SALOMÔNICAS


“Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte dos teus ganhos”.


#COISA NOSSA


A tela a óleo foi arrematada no último leilão da Centurys. Mesmo que no catálogo estivesse escrito “lote de Guilherme Clidenor de Moura Capibaribe”, nós, seus conterrâneos, saberíamos que trata-se de
um Barrica.


MAITRE CHOCOLATIER


Ganhar uma caixinha da La Maison du Chocolat é um mais que um afago.


Fundada por Robert Linxe, numa adega (em razão da apropriada temperatura), sua excelência na produção, bem como os prêmios e o conceito entre opiniões de gourmets pelo mundo afora, elevou-a à condição de membro do Comité Cobert. Precisa mais? As marrons e os macarons também são muito apreciados.


ERTÉ


Suas iniciais em francês: Roman Petrovitch Tyrtov, ou Romain de Tirtoff. São existências que perpetuam-se pela deixa artística, regalos eternais.


O russo escolheu Paris “como coração cálido”, provérbio que, na sua terra, define lar. Erté conseguiu ser autoral, diferenciando-se em meio aos seus colegas, contemporâneos da Art Decó.


MENU DE NATAL


Em Portugal, elas são chamadas paridas. Aqui, a conhecemos por fatias douradas ou rabanadas (no Sudeste e Sul). As que guardo na memória perfaziam as guloseimas da mesa natalina de dona Lucia Dummar, fritas por Zuleide, embebidas em chá de erva doce.


Na França se chama “pain perdu”. O insumo base é o brioche, que dá o plus. Pode ser degustado com creme inglês. O pão perdido é a lição de que uma guerra muda um povo, repaginando alimentos, nunca desperdiçando.


CHRISTMAS HAMPER


Um dos mimos da cesta natalina são as tâmaras Medjool. Aqui temos dela e não precisamos ir a São Paulo para comprá-las.


No Oriente-Médio, anfitriões saúdam os chegantes com uma porção delas e um sonoro: “ahla u sahla”(bem-vindo)!


A propósito elenquei-as como tema, por uma lição que elas nos legam: “Quem planta tâmaras, não as colhe”, diz o ditado árabe. In nuce: construa para o futuro.


C.A. RECOMMENDS


Vaara foi encomendado por um marajá, uma cópia do cheiro de seu jardim. E o Hammam era borrifado no palco antes de Maria Callas entrar em cena.


Apesar dos meus prediletos serem The Tragedy of Lord George e Blemheim Bouquet, outra via, da clássica Penhaligon’s, é o Sartorial, inspirado na alfaiataria da Savile Row. Com um quê da água de colônia, é ideal para o termômetro cearense. Sendo da categoria “niche”, pode ser usado por mulheres.


CHRISTMAS EVE


Quando se fala de clima natalino, esses americanos são imbatíveis.

Apesar de eu não gostar, por uma questão de fé, não posso me furtar do elogio. A árvore do hotel The Plaza, em New York, discreta, imponente, bem ao estilo “minus is more”.


COLECIONÁVEIS


Escultura de biscuit Hutschenreuther

Adriano Nogueira

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