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Área sem seca relativa em janeiro é a maior desde julho de 2014
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Área sem seca relativa em janeiro é a maior desde julho de 2014

| CEARÁ | Dados são do Monitor de Secas, que apontam 42,03% do território do Estado nessa condição
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Com 42,03% de seu território sem seca relativa no último janeiro, o Ceará conseguiu o melhor dado desde julho de 2014, mês em que o Monitor de Secas começou a acompanhar regular e periodicamente a situação da seca no Nordeste. O dado mais positivo, até então, era o observado em maio de 2017, quando 41,88% do Estado tinha área sem seca relativa.

Conforme o relatório, com o aumento das precipitações no Centro e Norte do Ceará, houve expansão da área sem seca no Norte e diminuição das áreas de seca no Centro e Sul do Estado. "Com base na precipitação ocorrida e nos indicadores de curto prazo, e melhorias na saúde da cobertura vegetal, houve um significativo recuo das secas fraca e moderada ao Norte, e seca excepcional no Sul do Estado", revela o relatório.

Uma das possibilidades para esse quadro foram as chuvas de pré-estação, que banham o Ceará entre dezembro e janeiro (veja detalhamento no quadro).

Segundo o Monitor de Secas de novembro do ano passado, nenhuma porção territorial cearense estava na condição sem seca relativa. Em dezembro, o dado subiu para 7,55%, até chegar aos 42,03% do mês passado.

"Em janeiro, as chuvas incidiram sobre todo o Estado, mas se concentraram mais em áreas do Norte, Centro e Leste. O Oeste do Ceará, como, por exemplo, em torno de Crateús até Campos Sales e Salitre recebeu menos chuva. Já em dezembro, os resultados para a porção Norte do Estado foram satisfatórias de maneira geral", explica Raul Fritz, meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

O estudo também classifica outras escalas de seca (fraca, moderada, grave, extrema e excepcional). A de maior impacto em janeiro no Estado foi a seca grave, em 24,47% do território. Entre os impactos possíveis neste cenário, há o risco de perdas de cultura ou pastagens e escassez de águas comuns.

O mapeamento avalia todo o Nordeste e Minas Gerais. O estado com melhor cenário é o Maranhão, com a proporção do território sem seca relativa de 51,81%.

Com o início da quadra chuvosa, neste mês de fevereiro, há possibilidade de esse quadro melhorar. Até ontem, segundo dados parciais da Funceme, o volume médio de chuvas é de 112 milímetros (mm). A menos de dez dias para o mês acabar, o acumulado está a 5,6% do esperado (118,6 mm). Entre as 7 horas de domingo e as 7 horas de ontem, 113 municípios registraram chuva. As maiores foram observadas, respectivamente, em Morada Nova (91,7 mm), Icó (85 mm) e Cascavel (79 mm). Para hoje, a previsão é de nebulosidade variável com chuvas isoladas em todas as regiões. (Isaac de Oliveira)

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