Primeira morte por chikungunya é confirmada no Ceará
A vítima residia no bairro Álvaro Weyne. A enfermidade preocupa pela grande capacidade infectiva
A pessoa que morreu por chikungunya residia no bairro Álvaro Weyne, era mulher e tinha 66 anos. O bairro é uma das regiões que têm registrado maiores números de notificações da doença, com 41 ocorrências. De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os bairros Antônio Bezerra (41), Quintino Cunha (33), Itaperi (46), Serrinha (58), Maraponga (44) e Mondubim (73) estão entre os mais afetados.
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AssineDe acordo com o gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS, Nélio Morais, a febre chikungunya entrou em Fortaleza “de forma muito intensa, bem mais do que quando a dengue chegou”. De acordo com ele, a capacidade de transmissão do vetor é maior. “Há uma susceptibilidade maior à doença porque a população ainda não a teve. Já houve várias epidemias de dengue, mas a população toda ainda está suscetível à chikungunya”, detalha. A tendência é que o número de casos aumente, visto que o período mais crítico para a incidência das arboviroses é de março a junho.
“A incidência ocorre pelo aumento da chuva, calor e umidade”, explica Nélio Morais. Ele ressalta ainda a cronicidade da doença. “Muitas pessoas passam meses doentes”.
Além de Fortaleza, Pentecoste e Baturité seguem como as cidades cearenses com o maior número de ocorrências, com 110 e 106 registros da doença, respectivamente. No total, 20 municípios registraram casos da febre chikungunya.
Sintomas
A chikungunya ainda preocupa especialistas pela falta de conhecimento sobre os agravos da doença. Segundo o epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luciano Pamplona, é importante “não subestimar uma virose”. De acordo com ele, neste período de maior incidência de chuvas e aumento da circulação de doenças respiratórias, além de dengue, zika e chikungunya, “é fundamental que pessoas que tenham febre e dor no corpo busquem atendimento médico”.
O especialista explica que, apesar de características semelhantes no início da doença, aspectos clínicos podem indicar ao médico qual a enfermidade está enfrentando. “A chikungunya causa dores mais intensas nas articulações, febre bem mais alta e dor de cabeça na região dos olhos. A dor de cabeça durante a dengue é comum”, compara Pamplona.
Ele explica ainda, que é normal que este ano as ocorrências da febre sejam maiores em relação ao ano passado. “Quando a doença chegou em 2016, a gente já tava adiantado com relação ao ciclo sazonal do arbovírus. Agora que a doença se espalhou, é normal que a gente tenha mais casos”, esclarece. Pamplona destaca a importância dos cuidados para prevenir a infestação do mosquito aedes aegypti, transmissor da doença.
Dengue e Zika
Conforme o boletim da Sesa, foram registrados 1.331 casos de dengue no Estado, sendo 1.089 em Fortaleza. O relatório informa ainda a ocorrência de 18 casos de zika no Ceará, sendo três em Fortaleza.
Redação O POVO Online
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