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Unilab nega agressão de reitor a alunos durante protesto contra corte de auxílio

Conforme a Unilab, a manifestação ultrapassou "todos os limites da urbanidade e democracia". Na última sexta, manifestação terminou com estudantes, reitor e professores na Polícia Federal
18:54 | Jul. 10, 2017
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A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) afirmou, por meio de nota, que não houve agressão por parte do reitor Anastácio de Queiroz a alunos da instituição durante protesto na última sexta-feira, 8, no Campus da Liberdade, em Redenção, interior do Ceará. Conforme a Unilab, a manifestação ultrapassou "todos os limites da urbanidade e democracia". O posicionamento da universidade foi divulgado nesta segunda-feira, 10.

O protesto terminou com estudantes, professores e o reitor na Polícia Federal (PF). Conforme versão dos alunos, Anastácio teria empurrado três alunos para conseguir entrar no carro. Duas das estudantes, professores da instituição, e o reitor prestaram depoimentos na PF. Em nota, a Unilab disse que Anastácio "esteve voluntariamente" na PF relatando os fatos.

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A reivindicação dos alunos era de que a Reitoria alterasse a decisão publicada como aditivo na última quarta-feira, 5, de retirar as assistências à moradia e à alimentação de todos os novos alunos estrangeiros ingressantes na Unilab a partir do processo seletivo em aberto, sob justificativa de “indisponibilidade orçamentária”. O auxílio é tido pelos alunos de países africanos como Guiné-Bissau, Cabo Verde e Moçambique como de fundamental importância para a permanência deles no País.

De acordo com a Unilab, a medida de limitação na concessão de auxílios aos estudantes que ingressarão nos períodos letivos 2017.2 e 2018.1 ocorre devido à necessidade de contenção de gastos e zelo ao erário, impostos pelo quadro de contingenciamento de verbas destinadas à instituição pelo Ministério da Educação (MEC).

Por conta da situação, a Unilab informou que priorizará o atendimento dos estudantes brasileiros e internacionais das entradas do ano de 2017, bem como dos estudantes que já são atendidos pelo Programa de Assistência ao Estudante (Paes). Segundo a Universidade, o orçamento para assistência estudantil em 2017 foi de R$ 8,5 milhões.

"De janeiro a junho, foram gastos R$6.575.796,51. Para atendermos a todos ainda este ano, serão necessários em torno de 5 milhões além do já citado orçamento de 8,5 milhões. Todo esse déficit vem sendo coberto por verbas de investimento, remanejando-se do capital -  obras, equipamentos, sala de aula etc – para a assistência estudantil", comunicou a instituição.

Conforme a Unilab, todos os estudantes internacionais recebem, atualmente, auxílio financeiro, moradia e alimentação, que somados chegam ao teto de R$ 530. A instituição afirmou que 64% dos 3.613 estudantes matriculados em cursos de graduação recebem auxílios financeiros do Paes. "Poucas universidades federais têm este percentual de estudantes assistidos. Além do que, a política de assistência atende a todos os estudantes com ações de caráter universal, como o Restaurante Universitário, atenção à saúde, atendimento psicossocial, entre outras", informou.

A Unilab comunicou ainda que "está sempre aberta ao diálogo sério e respeitoso em busca do cumprimento da missão institucional". "Serão agendadas reuniões com as três categorias (estudantes, técnicos e professores), processo que culminará com reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consuni) na sexta-feira (14), tendo como pauta o orçamento da assistência estudantil 2018", finalizou a instituição.

UFC

A Universidade Federal do Ceará (UFC) mostrou preocupação diante dos protestos registrados Unilab. "A UFC reconhece que o momento é de dificuldades para o conjunto das Instituições Federais de Ensino Superior, mas entende que o ambiente democrático deve ser preservado, como pressuposto para abertura do diálogo civilizado e do entendimento", comunicou em nota.

De acordo com a UFC, o que ocorreu no Campus da Liberdade não condiz com as normas de civilidade que devem prevalecer no ambiente acadêmico. "Tutorada pela UFC em sua fase de implantação, a Unilab há de escrever uma história condizente com sua matriz democrática e com os ideais de integração que a inspiraram em seus primeiros  passos. Basta que prevaleçam, em eventuais embates, a moderação e o respeito entre as partes", disse a UFC.

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