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Roberto Araújo: "IFCE: a educação de pires na mão"
Opinião

Roberto Araújo: "IFCE: a educação de pires na mão"

As consequências desse cenário, até o momento não denunciado publicamente pela Reitoria, do Instituto já são sentidas
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Demissão de trabalhadores terceirizados, cortes nos serviços de transporte e visitas técnicas, escassez de recursos para assistência estudantil, insuficiência de equipamentos para laboratórios, suprimentos de informática, entre outros itens. Total ausência de perspectiva quanto a reformas e construções necessárias e até incerteza quanto à própria continuidade do funcionamento de alguns campi, diante da ameaça de falta de dinheiro para custear o almoço de estudantes.

 

Essas são algumas das consequências que servidores, estudantes e pais de discentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) estão enfrentando diariamente, em virtude da grave crise orçamentária pela qual vem passando a educação brasileira e, dentro desse cenário, nossa instituição.


Entre cortes de R$ 4,3 bilhões no orçamento para a educação em 2017, contingenciamento de recursos e decisão de congelar os investimentos sociais por 20 anos, os governantes que ainda estão no poder conseguiram transpor rapidamente esse cenário para a ponta do sistema. A forte diminuição de recursos para a educação, decidida em Brasília, está sendo sentida na prática, de modo triste e revoltante, nas diversas unidades do IFCE no Estado. Todas instadas, em memorando da Pró-reitoria de Administração e Planejamento, a obedecer para 2017 a um limite de “despesas” de custeio de 80% do que foi empenhado no ano passado.


Para unir forças, alertar a sociedade quanto a esse quadro e tentar revertê-lo o quanto antes, os servidores do Instituto promovem no dia 26, às 14h30min, no Campus Fortaleza, um grande debate, com o tema “Educação profissional em tempos de crise: impactos no IFCE e estratégias de superação”.


Foram convidados o reitor Virgílio Araripe e os pró-reitores do Instituto, além do professor Dante Moura, do IFRN. Todos os interessados poderão acompanhar a discussão no local ou online, na página do Sindsifce no Facebook.


É preciso encarar esse debate de forma corajosa, com transparência e sem tergiversação. Como demonstrado, as consequências desse cenário, até o momento não denunciado publicamente pela Reitoria do Instituto (ao contrário do que fizeram instituições como a UFC e os Institutos Federais de Tocantins e Mato Grosso, publicando notas a respeito e abrindo o debate com a sociedade), já são sentidas de forma muito grave. Que possamos unir forças e nos mobilizar amplamente para que a educação não permaneça de pires na mão.

 

Roberto Araújo

rjahistoria@gmail.com
Servidor do IFCE e integrante da Diretoria

Colegiada do Sindicato dos Servidores do IFCE (Sindsifce)

 

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