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Antecipar parcelas ou investir
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Antecipar parcelas ou investir

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Para saber se é melhor quitar/adiantar as parcelas do financiamento imobiliário é preciso analisar algumas questões. Segundo especialistas, o custo do financiamento é a primeira questão a ser analisada.

[SAIBAMAIS] 

“O cliente não deve focar só na taxa de juros porque vai depender muito do prazo do financiamento”, observa o consultor empresarial e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), economista José Maria Porto. Acrescenta que, no momento atual, de instabilidade econômica e desemprego, é importante que as famílias tenham liquidez. “Já pensou antecipar vários anos de um contrato e no mês seguinte ficar desempregado”, questiona.


Na opinião do assessor financeiro Juliano Custódio, do blog EuQueroInvestir, tudo depende basicamente de duas variáveis. “A taxa de juros que está sendo paga pelo cliente no financiamento. E se o consumidor/poupador é disciplinado o suficiente para não gastar o dinheiro que tem investido”, explica. Destaca que é preciso ver principalmente o Custo Efetivo Total (CET), a soma de financiamento e seguros.

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Juliano conta que já aconteceu com muitas pessoas que ganharam um capital como R$ 50 mil ou R$ 100 mil fazerem tudo errado. “Acabaram por não só por não poupar os juros do financiamento como perder com a desvalorização do automóvel, por exemplo”, comenta.


Ele acredita que, para quem tem um CET de 12% ao ano, o mais interessante é quitar o seu financiamento. “As taxas de juros estão caindo e, no longo prazo, vai ser difícil obter um juro (que remunera a aplicação financeira) tão alto”. Adianta que para calcular o CET é necessário ter o valor total da dívida, os meses que faltam para quitar e o valor da prestação.


José Maria Porto destaca que deve-se considerar que, na antecipação o cliente tem desconto dos juros. “É esse desconto de antecipação que tem que ser maior que o juro da aplicação financeira”, afirma.


Observa que no momento as taxas de juros estão em declínio, podendo a taxa básica de juros (Selic) chegar em 9% até o final de 2017. “Você aplicando seu dinheiro, considerando os impostos, você receberia um rendimento líquido em torno de 7,65% ao ano (a.a.), para aplicações acima de dois anos. Enquanto isso os juros do financiamento, considerando 8,16% a.a. %2b TR (Taxa Referencial), fica algo em torno de 8,51% a.a., como se pode observar abaixo do valor do rendimento da aplicação financeira”, analisa José Maria. Explica que, em casos assim, como os juros do financiamento são maiores que o rendimento da aplicação, vale a pena amortizar o financiamento. (Artumira Dutra)

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