A partir de decreto assinado pelo Governo Federal, os tributos sobre o litro da gasolina saltaram de R$ 0,38 para R$ 0,79. No diesel, o valor a incidir passou de R$ 0,24 para R$ 0,46. A justificativa para o aumento é buscar cobrir o rombo nas contas públicas, arrecadando R$ 10,4 bilhões.
Para Iughetti, a mudança veio em um momento em que a economia retomava e, “em princípio”, pode garantir o efeito esperado. Porém, enquanto isso, o consumidor é quem deverá sentir um impacto “forte e direto”.
Quanto à alta anunciada pela Petrobras, que passa a vigorar hoje, diz que representa “uma pancada a mais” no orçamento do consumidor brasileiro. “Lamentavelmente, é um aumento sobre o aumento. Vai ter uma nova alta (nos preços), além da que foi registrada com o aumento das alíquotas”.
O especialista ainda destaca que o primeiro aumento está relacionado a tributos que incidem nas refinarias, consequentemente repassados para distribuidoras até chegar às bombas. E a segunda, está ligada ao preço do combustível em si, enquanto produto.
De acordo com o economista Gilberto Barbosa, o aumento do imposto sobre os combustíveis pode até reduzir o poder de compra do consumidor, mas vem em um “contexto de dificuldade fiscal” que o justifica. Assim como demonstra a preocupação do governo em alcançar um equilíbrio fiscal no País. “O governo aproveitou a inflação muito baixa e o baixo crescimento da atividade econômica pra aumentar PIS/Cofins”. Por estar baixa, acrescenta, a inflação não deve “chegar a níveis preocupantes”.
Iughetti destaca ainda que o aumento das alíquotas, bem como a alta da Petrobras somam uma conta que será “paga por todos”, a partir do que chama de “efeito dominó”. “Os aumentos impactam todos os segmentos que, de maneira direta e indireta, dependem de combustível. É praticamente tudo”, constata, ressaltando os setores de indústria e transportes. (LC)