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Dois dedos de prosa com Mana Holanda
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Dois dedos de prosa com Mana Holanda

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A rua Holanda, na Maraponga, leva ao coração gigante da clássica e visionária Mana Holanda. Lá está o Maraponga Mart Moda, razão das mais de quatro décadas de fé e entrega à moda cearense de Mana e do esposo, Manoel Holanda.

Com seu sorriso permanente no rosto, ela estava à nossa espera onde acompanha tudo o que acontece no maior shopping atacadista da cidade. Era tarde de 18 de abril. Mais um dia de trabalho da senhora incansável, às vésperas do 37º Festival da Moda de Fortaleza, que ocorre de 24 a 27 de abril, evento que ela leva adiante com paixão e alegria.


“Quando tem a FMF, chove em todo o Ceará”


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O POVO: Como é dar vida ao FMF, um dos eventos pioneiros de moda lançados no MMModa?

 

Mana Holanda: É tão prazeroso fazer esse festival da moda porque não só o Maraponga é beneficiado como toda a cadeia produtiva do Ceará. Quando acontece esse festival da moda, há 37 anos, sem interromper nenhum ano, com todas as dificuldades que já se passou, de planos cruzados, descruzados..., os taxistas faturam mais, os cabeleireiros, os restaurantes, os hotéis, mas, principalmente, o pessoal da confecção. Então costumo dizer que quando tem o festival da moda, chove em todo o Ceará. 

 

OP: Desses anos de evento de moda, uma história de bastidor que marcou e ainda não foi revelada? 

 

Mana: Uma vez, nós trouxemos a Luiza Brunet. Ela era jovem. Tinha 18 anos.

Ela veio pela Dijon e um primo meu soube pelos jornais que ela viria. Ele me disse que se chegasse pelo menos perto da moça, morreria feliz. Como fiquei muito amiga da Luiza, perguntei se ela podia fazer uma brincadeira. Aí liguei para o meu primo para ele vir no Maraponga. Quando ele chegou na Dijon comigo, a Luiza estava com uma blusa branca só dado o nó, de barriga de fora. Ela olhou para ele e disse: “Vai ou não vai dormir comigo hoje?”. Ele desmaiou! Foi uma agonia! (Risos).

 

OP: O convite para o FMF este ano pergunta “o que te inspira”. O que inspira a senhora?

 

Mana: É você ter muita fé e muita coragem e fazer as coisas acontecerem. Sempre fui assim. Sempre imaginei que vai dar tudo certo e acaba dando. (Risos).

 

OP: O see now buy now (veja agora, compre agora) é uma das pautas hoje da moda. Mas há tempos o Maraponga tem essa visão...

 

Mana: É o mais prático. Se está na passarela, já pode ser encontrado nas lojas, que também reabastecem as revendedoras. 

 

OP: O cenário da moda local está bom?

 

Mana: Não vou dizer que estamos morrendo de vender. Todo mundo diminuiu em tudo. Não só em confecção. Tudo que ia vendo no supermercado, por exemplo, ia colocando no carrinho. Aquilo se estragava... Ninguém faz mais isso.

O consumidor está mais consciente. 

 

OP: Como é sua relação e seu consumo de moda?

 

Mana: Adoro ver a moda daqui, pode crer. Eu digo que tenho que andar no Maraponga assim (tampou as laterais do rosto com as mãos). (Risos). Compro muita roupa aqui.

 

OP: Mas não é só atacado?

 

Mana: (Risos). Ah, minha filha, eu sou a única cliente do varejo. (Risos). Se eu bater o olho, gostar... “A Mana, ah, a gente libera para comprar”. (Risos).

 

Multimídia
Veja vídeo com Mana Holanda em http://bit.ly/2pJef17
Confira entrevista completa em people.opovo.com.br 

 

Por Jully Lourenço

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