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Vírus zika pode ter sofrido mutações
Cotidiano

Vírus zika pode ter sofrido mutações

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Os casos de microcefalia associados ao vírus zika não ocorrem em todos os países. A bioquímica Trudie Lang, doutora em Saúde Pública pela Universidade de Londres e diretora da Global Health Network (Rede Global de Saúde) aponta ser necessário aprofundar as pesquisas no Brasil sobre a relação entre a doença em gestantes e a má formação nos fetos, porque ela acredita que o vírus pode ter sofrido mutações na América.


A afirmação foi feita na manhã de ontem, durante o seminário Desenvolvendo capacitação em pesquisa clínica — Introdução à network REDe, no auditório da unidade anexa do Hospital Geral César Cals (HGCC), na Avenida do Imperador. O encontro foi organizado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), destinado à profissionais de saúde. “É provável que tenha surgido alguma mutação do vírus aqui na América e ele passou a causar também a microcefalia nos bebês”, argumenta a bioquímica.


E mesmo em países em que a microcefalia estava associada ao vírus, não foi registrada a transmissão autóctone. Ou seja, pacientes doentes estiveram em países onde foram registrados casos de microcefalia e tiveram a doença no país de origem. “A zika existe em países da África há um longo tempo, mas lá ela não causava casos de microcefalia e outros agravos a longo prazo no desenvolvimento da criança. É como se houvesse uma mutação no vírus, mas precisam ser feitas pesquisas mais aprofundadas”, indica a estudiosa.


No hospital, o seminário está relacionado ao estudo ZIKAction, que reúne centros de estudos de vários países. Desde o ano passado, o HGCC foi convidado a participar por meio do acompanhamento de gestantes e das notificações das taxas de ocorrência do vírus zika na gestação e transmissão direta para o bebê.


Por isso, informa a enfermeira da unidade Thaís Gomes, a importância da participação dos profissionais para o aprimoramento das pesquisas.

O estudo está vinculado à Paediatric European Network for Treatment of AIDS (Penta), sediada em Pádua, na Itália, que considera as experiências e a colaboração nas pesquisas referentes à transmissão vertical do HIV em crianças.

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