A unidade recebe também idosos e detentos com deficiência física. Uma televisão foi levada por Paulo Diógenes, titular da Coordenadoria de Políticas Públicas para a Diversidade Sexual, da Secretaria dos Direitos Humanos de Fortaleza (SDH). E a exibição foi o primeiro contato de três das quatro travestis com o documentário, porque Bruna já ganhou a liberdade. Recebeu também a faixa de um concurso de beleza de Caucaia, que ela guardava enquanto estava no presídio.
Nathália Ferraz, 25, há três meses presa por assalto, se emocionou ao ter voz no documentário. “A gente é sempre esquecida e quando pode falar é tão bom”, diz ela, que pintou as unhas e se maquiou para assistir ao curta. As travestis contam que, antes da inauguração da unidade penitenciária, sofriam violência no presídio junto aos outros detentos. Hoje, ganharam o direito de serem chamadas pelo nome social. “O presídio era um lugar homofóbico. Os presos batiam nas bichas, elas sofriam estupro. Aqui temos respeito. É o mínimo”, conta Nathália.