PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

Exercícios e colesterol

2017-02-18 17:00:00
NULL
NULL

[FOTO1] 

Por Rossman Cavalcante

 

Frequentemente, entre os objetivos citados pelos clientes que realizam uma avaliação física, aparece a redução do colesterol. Normalmente quando isso acontece, os avaliados já suspeitam que suas taxas estejam alteradas, ou em função de um estilo de vida pouco saudável, ou predisposição familiar, ou ainda exames recentes quase sempre acompanhados da recomendação médica de modificar hábitos alimentares nocivos, usar medicamentos específicos e/ou praticar exercícios regularmente.


A ideia de que o exercício constitui-se uma ferramenta importante para o controle do colesterol parece bem difundida, embora ainda existam alguns mitos relacionados tanto ao modo como isso ocorre, quanto à dose mais adequada. O colesterol é uma substância complexa que faz parte do grupo dos esteroides que são os lipídios (substâncias gordurosas) mais conhecidos atualmente, embora sua estrutura bioquímica ainda permita classificá-lo como um álcool.


Ocorre que o colesterol “in natura” não consegue ser transportado de um tecido para outro pela corrente sanguínea e precisa combinar com uma proteína formando um composto que, dependendo da sua densidade, pode ser classificado principalmente como (existem outras subclassificações):


1 LDL (Low Density Protein) ou lipoproteína de baixa densidade, também conhecida como “colesterol ruim”. Essa lipoproteína, em função de alguns fatores de risco, pode ser de difícil remoção, aumentando sua concentração e o tempo de permanência no sangue de tal forma que contribui para a formação de “placas gordurosas” no interior das artérias coronárias.


2 HDL (High Density Protein) ou lipoproteína de alta densidade, também conhecida como “colesterol bom”. Tem uma relação inversa com o risco de doença arterial coronariana, pois atua na remoção do colesterol dos tecidos e vasos sanguíneos para o fígado.

 

Apesar do exercício não representar uma intervenção extremamente efetiva na redução nos níveis plasmáticos de LDL, vários estudos verificaram a ocorrência de adaptações crônicas importantes no controle do risco para doença arterial coronariana, como por exemplo, a redução do tempo de circulação do LDL oxidado, justamente o mais perigoso para formação e desenvolvimento das “placas gordurosas”.


Já os efeitos do treinamento físico regular sobre o aumento do HDL são mais expressivos, especialmente em relação à subfração conhecida como HDL2, que está mais relacionada ainda à redução do risco de problemas coronários. Importa destacar que é possível potencializar os efeitos benéficos do aumento do “colesterol bom”, ampliando o gasto energético do exercício (mais intensidade ou maior duração) e por meio de mudanças na composição corporal, especialmente redução do peso.

 

Embora ainda não seja possível determinar padrões de treinamento específicos para “tratar” a hipercolesterolemia, as pesquisas conduzidas até hoje permitem traçar diretrizes básicas, pois as consequências dos exercícios no metabolismo lipídico parecem estar diretamente associadas à duração, intensidade e frequência semanal do programa de treinamento.


Treinamento aeróbio: Os melhores resultados no controle do colesterol estão associados ao treinamento aeróbio com intensidade moderada ou vigorosa e executado cinco ou mais vezes por semana. Apesar do impacto positivo sobre outras variáveis de saúde, não espere modificar suas taxas, realizando apenas uma caminhada ou “pedalada leve” de 2 a 3 vezes por semana. Tais parâmetros não serão suficientes para modificar positivamente seu perfil lipídico na corrente sanguínea.


Treinamento de força: Alguns estudos demonstraram aumento importante dos níveis de HDL e de enzimas “coletoras” de colesterol logo após sessões de treinamento com foco em hipertrofia muscular ou desenvolvimento da força pura. Infelizmente, tais alterações retornaram aos níveis de repouso 48 horas depois da atividade. De qualquer forma isso não diminui a importância do treinamento de força para o controle de outras tantas variáveis de risco cardiovascular.


Concluindo, minha sugestão para você que já está envolvido em um programa de treinamento físico e deseja, entre outros objetivos, melhorar suas taxas de colesterol: converse com o profissional de Educação Física que prescreveu e supervisiona seu treino sobre as estratégias de progressão do seu treinamento, buscando aproximar-se das recomendações sugeridas pelas pesquisas e entidades especializadas. E se você ainda não começou? Está esperando o quê mesmo?


Bons treinos!


Adriano Nogueira

TAGS