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O desafio de conectar a Enel com o Ceará

17:00 | 12/08/2017
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Há dois meses no cargo, o novo presidente da Enel Distribuição Ceará, o italiano Roberto Zanchi, 55, tem um belo desafio a enfrentar. Reconectar a empresa com o Ceará, após fios descascados nos últimos anos, e fazer com que não seja mais preciso explicar que a Enel é a antiga Coelce. Na gestão passada, houve muita queixa de empresários de que o relacionamento da Enel com o Ceará era distante. Zanchi conversou com a Coluna quinta-feira, na sede do O POVO.

 

VERTICAL S/A – Qual tem sido a sua primeira impressão com o Ceará nestes dois meses em que o senhor assumiu a companhia?

ROBERTO ZANCHI – Estou aqui há dois meses, mas, na verdade, já trabalhava aqui com a equipe de obras e de planejamento. A impressão é ótima. A Enel Distribuição Ceará é uma das melhores distribuidoras do Brasil. Estamos em uma condição de excelência no mundo da distribuição do País. A antiga Coelce já foi eleita seis vezes consecutivas como a melhor do Brasil. Isto fala mais do que qualquer outra palavra. A equipe é toda de profissionais de nível elevado.

VSA – Qual a missão que o senhor recebeu da Direção do Grupo?

ZANCHI - O objetivo é confirmar a posição e melhorar. Porque sempre se pode melhorar. E vamos fazer de tudo para chegar ao ponto. Nós temos uma missão de seguir a desenvolver a distribuição. Mas temos um objetivo particular. O Grupo Enel tem como principal objetivo a segurança laboral. Para nós, é algo que faz parte do DNA do grupo, em qualquer linha de negócio, em todo o mundo. Esta segurança é para o pessoal próprio e também colabora conosco. Ou seja, fornecedores, o pessoal de parcerias. Nossa meta é zero acidentes. O segundo é a atenção ao cliente. É principal também. O que temos de fazer? Conectar clientes no prazo regulamentar.

VSA – Houve muita reclamação por parte dos clientes por conta de prazos não cumpridos. O que senhor tem a dizer?

ZANCHI – Isto já foi revertido. No sentido de que é verdade que tínhamos um atraso de obras. Foi definido no ano passado um compromisso. Um plano comprometido com a Aneel e Arce, em que tivemos de recuperar até junho deste ano 12.500 obras. Isto foi feito. De média e baixa tensão. O compromisso foi em etapas. Cada etapa priorizando um tipo de obra. Foi alcançado. Conseguimos respeitar todas. Chegamos a concluir. Outro dado: com respeito a junho passado, havia 1.300 reclamações. Hoje são 500. Ou seja, baixou quase 70%. Outro tema é qualidade do fornecimento. No Brasil, temos os melhores dados de qualidade. Somos medidos para indicadores da Aneel. Duração e frequência. Estamos sempre na meta regulatória. Estamos investindo em qualidade para melhorar. Uma parte do orçamento (10%) é para qualidade, não só expansão.

VSA – Existe uma migração muito intensa no Brasil do mercado cativo (distribuidoras) para o mercado livre, por conta do custo. Como o senhor analisa este movimento?

ZANCHI – Isto é algo que já acontece um pouco em todo o mundo. Nós temos a rede e temos a maior parte da receita para este ativo. É uma oportunidade que o mercado oferece. Claro, pode impactar um pouco na margem da companhia, mas vamos buscar outras medidas de compensação.

VSA - Como Enel vai trabalhar o posicionamento, após esta mudança radical, apagando o nome Coelce?

ZANCHI – O fato da mudança da marca é mais uma questão de posicionamento estratégico do grupo, em nível mundial, não apenas de distribuição. Isto permite reforçar a imagem da marca em todos os países onde estamos e também deter uma sinergia em nível de grupo, em termos de tecnologia e de boas práticas. Esta foi um pouco a razão de mudar.

 

IMPASSE


Exportação de fruta ameaçada

O corte no orçamento federal e a burocracia estão ameaçando um setor estratégico para a economia do Ceará, a exportação de frutas frescas. O contingente menor - as lideranças sindicais falam em 70% a menos de pessoal de 2010 até hoje -, a exigência do batimento de ponto na sede do Ministério da Agricultura, em Fortaleza, e corte de plantões impactam a operação no Porto do Pecém. Rebeca Oliveira, diretora comercial da Ceará Portos, relata a extrema preocupação da empresa e dos exportadores. Os dois agrônomos que fiscalizam os contêineres seguem agora horário comercial, de 7 às 16 horas, de segunda a sexta. Quando entrar a safra de setembro, com embarque em fins de semana, não haverá quem libere a carga. O Porto de Natal, segundo ela, já estaria com navios acertados com armador para o período, em sexta e segunda, tomando carga do sábado e domingo do Ceará. Mesmo que o Ministério volte a ter plantão de 24 por 72 horas, como são apenas dois servidores, e agora tendo de bater o ponto, haverá dias descobertos. Ministério, servidores, exportadores e o Porto querem o agronegócio indo bem, mas em setembro o negócio pode apodrecer.

 

MAS NEGA

O vice-presidente do Grupo M. Dias Branco S.A., Geraldo Luciano Mattos Júnior, toca uma agenda de palestras. Na academia e também fora dela. Nestes encontros, Geraldo não tem falado sobre política. Ele trata de temas econômicos, contando da experiência do grupo cearense com a abertura de capital; e responde questionamentos de jovens sobre a carreira dele – de histórico self made man. Naturalmente, política está no ar. Mas ele foge do tema. Na sexta, diante de um auditório de 150 lugares lotado na Unifor, política apareceu. Era a abertura do semestre do grupo de estudos Clube Atlas, de viés liberal. Uma pergunta tratou “das especulações” em torno do nome dele como candidato ao Governo em 2018. Ele retrucou rápido: “Você já respondeu: especulações”.

 

JOGO RÁPIDO


PRIMEIRO. A KPMG vai abrir em setembro uma turma da Risk University em Fortaleza. É um programa de capacitação em governança, riscos e compliance. O primeiro fora de Rio de Janeiro e São Paulo.

 

LIDE


João Dória Jr vem na sexta

Esta semana, o conselheiro do Lide-CE. Lauro Fiúza, participou do fórum de logística e Infraestrutura do Lide, em São Paulo. Estava com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, e das Minas e Energia, Fernando Coelho. Na sexta, o Lide recebe seu pai. João Dória vem a Fortaleza.

 

EXPORTAÇÕES


Aço dos olhos

De janeiro a julho, as exportações do Ceará chegaram a US$ 1,13 bilhão. O crescimento foi de 101,8% comparado ao mesmo período de 2016. Com esse desempenho, o Estado aumentou para 0,9% a participação no total nacional. Era de 0,7%. Mas é preciso calma com o andor. E ele nem é de barro. É de aço. Desde a implantação da CSP, tudo o que envolve a balança comercial do Ceará corre risco de distorção na leitura. Mas, depois dos laminados, vêm calçados, com US$ 160,7 milhões; couros e peles, com US$ 76,6 milhões.

 

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