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Quando o impresso não cumpre seu papel
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Quando o impresso não cumpre seu papel

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Hoje em dia, com o advento da rede, o jornal impresso cumpre o papel de ser capaz de aprofundar e analisar as informações que as plataformas mais rápidas já apresentaram no dia anterior. Na sexta-feira passada (4/8), O POVO abdicou desta premissa e preferiu fazer uma cobertura burocratizada sobre um assunto que abalou parte dos fortalezenses. Trata-se do acidente envolvendo cinco carros na avenida Engenheiro Santana Júnior, no Papicu, que deixou uma pessoa morta.

A informação deste acidente estava nos portais de notícias já na tarde da última quinta-feira (3/8). Os vídeos e as fotos do local se espalharam por grupos de WhatsApp ainda no mesmo dia. Não era para menos: é incomum, em Fortaleza, acidente tão grave envolvendo esta quantidade de veículos. O que se devia esperar no impresso, no dia seguinte, era uma cobertura que aprofundasse o assunto, que trouxesse detalhe, que contasse a história dos personagens, mostrasse como ficou aquela parte da Cidade e até mesmo buscar a velocidade que o carro viria para causar tanto estrago. O que o leitor do O POVO leu, porém, foi uma matéria curta que apenas repetia aquilo com que os usuários haviam tido contato à exaustão no dia anterior. O interessante é que em uma matéria publicada no O POVO Online havia mais detalhes do que a do impresso.
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Um leitor chegou até a perguntar o motivo de o conteúdo não informar o nome da motorista que dirigia o carro que teria causado o acidente. O texto não dava qualquer pista sobre isso. É usual explicar o motivo de não se colocar nomes de pessoas em matérias do tipo. Muitas vezes, por exemplo, não se consegue apurar com as fontes, mas é necessário deixar claro. Outro leitor, também se reportando ao texto, questionou a forma assertiva como o jornal noticiou a causa do acidente (a motorista passou mal na descida do viaduto). Ele alertou que a frase deveria ter a forma condicional (teria passado mal), pois seria informação de testemunhas. De fato, não havia a fonte desse dado.


No impresso não cabe tudo, mas em casos de grande repercussão é necessário um pouco mais de aprofundamento. Os curadores da Redação precisam ficar atentos para que episódios como este não se repitam deixando os leitores com informações superficiais.
 

PERGUNTA CONFUSA
Para bem informar os fatos, evitando duplas interpretações, o texto jornalístico precisa ser claro. Escrever frases curtas de forma direta, por exemplo, ajuda muito e é uma das primeiras orientações que os estudantes recebem nas aulas de redação. Deixar de seguir esta regra simples pode resultar em confusão. Foi o que ocorreu na edição de 29 de junho passado numa simples pergunta de um Confronto das Ideias publicado na matéria “As polêmicas sobre a primeira greve das polícias do Ceará”. Vale lembrar que na seção “Confronto das Ideias”, quem omite opinião deve responder ‘sim’ ou ‘não’ a uma pergunta formulada pela Redação. No mesmo dia, recebi de um leitor mensagem em que ele perguntava se as respostas haviam sido invertidas. Na sexta-feira, outro leitor se referiu à mesma informação. “A edição de sábado (29/7) tem um erro gravíssimo no Confronto das Ideias. Quem queria dizer ‘não’ apareceu como ‘sim’, e quem queria dizer ‘sim’ apareceu como ‘não’”.

A desordem que as respostas causaram no entendimento do leitor resulta da pergunta mal formulada: “A atitude do Governo do Estado à época, de reprimir o movimento e punir todos os envolvidos, foi correta ou deveria ter havido mais diálogo com a tropa?” Na seção, só é possível responder a uma pergunta. No caso citado, havia duas a serem respondidas: a) A atitude do Governo do Estado foi correta? b) Deveria ter havido mais diálogo com a tropa? São questões diferentes e que poderiam mudar a posição dos dois colaboradores que se dispuseram a responder à pergunta. Em jornalismo é assim: um simples escorregão pode levar a um desarranjo de ideias.
 

PRESTANDO CONTA
Um total de seis Erramos foi publicado no O POVO em julho passado, segundo levantamento feito pelo Banco de Dados do
O POVO (ver quadro por editoria elaborada pelo Núcleo de Arte). Alguns erros apontados por leitores não foram corrigidos na seção. Na matéria “A Fortaleza que completa 413 anos”, editoria Cotidiano, foi publicada com uma informação incorreta. Recebi aviso: “Na página 6 do impresso de hoje (25/7), a repórter citou errado o nome de Martim Soares Moreno”. No conteúdo estava escrito ‘Martins’. Até a última sexta-feira, não houve correção no impresso. É caso em que pode ser prejudicial para estudantes durante pesquisa, pois nem mesmo na matéria do online foi corrigida. Também publico no quadro o atendimento ao leitor do mês passado.
 

Erramos: no domingo passado escrevi neste espaço que a coluna Abidoral havia sido publicada normalmente até o dia 24 de junho no Buchicho (caderno impresso). O correto é 25 de junho. Peço desculpas pelo equívoco.
 

PARA ACIONAR A OMBUDSMAN
Os leitores das diversas plataformas do O POVO podem entrar em contato com a ouvidoria pelo WhatsApp (85) 988 93 98 07; por email (ombudsman@opovo.com.br) e telefone fixo (3255 6181). O leitor pode ainda visitar a ombudsman se necessário. Basta ligar e agendar.

 

Por Tânia Alves

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